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sexta-feira, 24 de junho de 2011

ABORDAGEM DOS CAPÍTULOS VIII A VIV DE O PRÍNCIPE DE MAQUIAVEL

O presente trabalho tem como foco principal, abordar os capítulos VIII, a, XIV, da magnifica obra de Nicolau Maquiavel, que tem por titulo “O Príncipe.” Sua obra é destinada não somente a Lorenzo de Medici, mas a todos os príncipes, reis, governadores e magistrados de todas as épocas da existência da história escrita.
Sua excelente obra tem como propósito mostrar o que é fundamental para um líder ser bem sucedido em administrar seu país ou Estado, e tenha qualificação, administração e que comande com firmeza e determinação seus subordinados.
Ele explica detalhadamente a forma ideal para que esses possam se manter no poder através das alianças, negociações e acordos políticos, relação entre Estado e o povo, política interna e externa, corrupção, nepotismo e favorecimento.
SUA BIOGRAFIA
Nascido na cidade de Florença em 03 de maio de 1469, aos 12 anos já no melhor estilo e, em latim. Casou-se em 1502, com Marietta Di Luigi Corsini, com tivera quatro filhos e duas filhas.
Seu primeiro cargo na vida publica deu-se em 1498, quando ocupou o cargo de a segunda cancelaria, ou seja, burocrata de 1º escalão, seu titulo, secretário. Cumpriu varias missões, tanto fora da Itália como internamente destacando sua diligencia em instituir uma milícia nacional.
Sua morte ocorreu em 20 de junho de 1527. Numa Itália “esplendorosa mais infeliz” Seu pai, advogado e como um típico renascentista era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação a esse gênio e talentoso Nicolau Maquiavel.
Sua obra escrita em 1513 foi e é considerada com um manual de regra a ser observado pelo poder constituído em cada nação, reino ou território, onde possa existir um poder centralizador que conduza à sociedade as transformações necessárias para o desenvolvimento.
CAPITULO VIII
Os que com os atos criminosos chegaram ao governo de um estado.
Segundo Maquiavel, existem duas maneiras de alguém torna-se príncipe: através de atos criminosos ou pela conquista da simpatia de seus concidadãos.
A via criminosa: “não se pode chamar de virtude o ato de matar cidadãos, trair amigos de fé, nem piedade, nem religião, deste modo pode se considerar poder, mais não a gloria” Maquiavel cita o exemplo de Agátocles, o Siciliano, chegou a ser rei de Siracusa tendo começado em situação das mais baixas e abjetas, teve sempre vida criminosa em todas as idades, mais que devido o seu vigor, tendo ingressado na milícia galgou todos os degraus, chegando a pretor, comandante supremo do exercito da Siracusa.
Agátocles chega ao poder através de uma forma violenta, mandando assassinar os senadores e as pessoas mais ricas, depois disso se mantem o poder sem qualquer oposição, por isso não se pode se chamar de sorte ou valor o que se consegue dessa forma.
Para Maquiavel, se consideramos o valor demonstrado por Agáclotes em enfrentar e superar perigos, e sua firmeza de animo ao suportar e vencer os obstáculos, não há razão para julga-lo inferior a qualquer um dos capitães mais afamados. Não obstante sua crueldade barbara, não permitem nomeá-lo entre os grandes homens.
Outro que alcançou o poder de forma vil foi Oliverotto de fermo, órfão desde pequeno, criado por seu tio Giovanni Forgliani, que o designou para servir como soldado, para que treinado numa disciplina rigorosa, pudesse fazer uma boa carreira militar.
O que se percebe é a degradação de Oliverrotto, que busca o poder por meio da manutenção devastadora, da violência que culmina na eliminação do seu próprio tio e os demais que participavam do banquete em sua homenagem, por meio dessa escalada tornou-se soberano, e como estavam mortos os que poderiam prejudica-lo, consolidou-se com uma nova organização civil e militar de tal forma que não só estava seguro na cidade de Fermo, mas era temido por seus vizinhos.
Neste caso, Maquiavel dirá que existem as crueldades mal usadas e bem usadas; as bens usadas “se do mal é licito falar bem” são aquelas que são feitas de uma só vez que provem da necessidade de segurança do príncipe, e por fim convertem em segurança para os súditos. O bem deve ser feito aos poucos para que possa ser lembrado. Há aqueles que fazem o uso da força para se legitimarem e aos poucos vão dosando com medidas benéficas, outros iniciam com processos violentos e aumentam ainda mais o nível de crueldade.
O uso da violência deve restringir-se a alguns momentos para que as pessoas não sintam tanto os seus efeitos.
CAPITUO IX O GOVERNO CIVIL
O governo civil é caracterizado pelo alcance do poder por duas vertentes: 1º que o cidadão se torna príncipe com ajuda do povo, 2 º com ajuda dos poderosos. Os ricos podem aclamar um dos seus com príncipe para resistir à pressão da massa. Da mesma forma o povo pode exaltar um dos seus para proteger-se da opressão da nobreza. O apoio popular garante permanecia no poder.
Segundo Maquiavel, os objetivos populares são sempre mais honestos, pois enquanto a nobreza age de forma opressiva, o povo simplesmente deseja evitar esse tipo de tratamento.
Para o autor a nobreza apresenta duas categorias, aqueles que apoiam sob qualquer condição o seu soberano, e outros que só pensam em seus próprios interesses. Desses o príncipe deve ter cautela.
Cativar e manter a estima do povo é a tarefa de um príncipe, pois se chegou a essa posição foi porque recebeu o apoio das massas e a única coisa que realmente querem, é não serem oprimidas. Os que alcançam o poder com ajuda da aristocracia, indo contra a vontade do povo, deve buscar meios de conquistar o mesmo. Em vez de opressão, deve dar-lhe proteção.
Maquiavel é enfático em afirmar que o apoio popular ao príncipe é essencial para as possíveis adversidades que poderá acontecer durante seu governo.
A utilização de comando por meio de autoridade subordinadas coloca o poder do príncipe em perigo. É necessário que um príncipe saiba fazer com que seus súditos sempre necessitem do seu governo, isso garante sua fidelidade.
CAPITULO X – COMO AVALIAR A FORÇA DOS ESTADOS
Neste capitulo é colocado que há Estados que por possuírem abundância de dinheiro e homens (exército) têm forças suficientes para resistir a qualquer ataque. Outras devido à falta de recursos vivem em uma posição defensiva. A fortificação das cidades e o apoio dos súditos asseguram certa tranquilidade.
Como exemplo cita as cidades da Alemanha onde a fortificação aliada ao apoio do imperador garante a segurança do Estado.
Conclui que quando se é senhor de uma cidade poderosa e não se faz odiar, não poderá ser atacado, ainda que o fosse, o assaltante não sairia gloriosamente da empreitada. (Pág. 62).
Fundamental para se garantir a força do Estado é possuir provisões e meios para se defender.
CAPITULO XI – OS ESTADOS ECLESIÁSTICOS
Nesta parte do texto fica evidente que os Estados eclesiásticos (propriedade da igreja) são mantidos e respeitados por costumes religiosos. Por não poderem ser tomados, Maquiavel coloca que “somente esses Estados, portanto, são seguros e felizes” (Pag. 64)
O poder temporal é discutido neste capitulo. Nele vemos que Alexandre VI é um símbolo de como dominar. Aproximou-se dos bens do duque Valentino após a sua morte, alcançando engrandecimento significativo.
CAPITULO XII
OS DIFERNETES TIPOS DE MILICIA E DE TROPAS MECENARIAS
Para Maquiavel, os principais fundamentos que um Estado deve ter são: boas leis e bons exércitos que se tornará um alicerce para seu poder, as tropas com que o príncipe defende seus domínios podem ser próprias (exército), ou mercenárias.
Os mercenários são perigosos, pois são ambiciosos e covardes e quando precisarem do seu apoio certamente fugirá. “Observa-se por experiência, que somente os príncipes e as republicas armadas fazem grandes progressos e os exércitos mercenários só causam danos” não temem a Deus e nem a lei dos homens. Maquiavel cita a ruína de a Itália ter apoiado muitos anos os exércitos mercenários, os sistemas adotados pelos mercenários consistia, primeiramente em aumentar seu prestigio pessoal desacreditando a infantaria. Reduziam as coisas a tal estado que num exercito de 20. Mil homens não havia mais que dois mil infantes. Tudo isso era permitido pelo seu código de mercenários, para evitar perigos e dificuldades, e por esses motivos reduziram a Itália à degradação e à servidão.
CAPITUO XIII – FORÇAS AUXILIARES, MISTAS E NACIONAIS.
Os exércitos auxiliares são mais perigosos que os mercenários, elas podem ser em si mesma eficaz, mas são sempre perigosas para os que dela valem- se são vencidas, isso representa uma derrota; se vencem, aprisionam quem as utiliza.
Portanto um príncipe sempre fugiu desse exército e se voltou aos seus, preferindo perder com os seus a vencer com os outros, não jugando verdadeira a vitória conquistada com exército alheio.
Um príncipe para ser bem sucedido, deve cuidar bem do seu exercito para que possa ganhar a confiança dos homens e do povo, manter os soldados organizados, mesmo não havendo guerras, sempre com estratégias para evitar surpresas vindouras se houverem.
CAPITULO XIV OS DEVERES DO PRINCIPE PARA COM AS MILICIAS
Neste capítulo, Maquiavel mostra que os príncipes por conseguintes, não deveriam ter outro objetivo ou pensamento além da guerra, suas leis e suas disciplinas, pois esta é a única arte que se espera de quem comanda.
Segundo ele, os príncipes nunca devem permitir, portanto que seus pensamentos se afastem dos exércitos bélicos que devem praticar na paz, mais ainda que na guerra, de duas formas; pela ação física e pelo estudo, calçar para que se habitue à região que esta sob seu domínio, estudar as ações vitoriosas ou desastrosas de outros homens para não errar quanto a suas. Maquiavel disserta sobre várias possibilidades de grandezas dos príncipes ou de quem, quer que esteja no poder.
Maquiavel “A ambição é uma paixão tão forte no coração do ser humano, que, mesmo que galguemos as mais altas posições, nunca nos sentimos satisfeitos”.

MERCANTILISMO E TRANSIÇÃO

     
FALCON, Francisco,. Mercantilismo e Transição – Editora Brasiliense, 1981
Resenhado por: Natalino Gaspar Filho, graduando em licenciatura plena em História
Para conseguir compreender o processo de transição ocorrido no inicio da idade media, é preciso voltar ao sistema do feudalismo, e a crise que se instaurou neste sistema, e a sua fragmentação.
Desde os surgimentos das cidades as crises rurais tiveram uma aceleração por parte da mão de obra camponesa, os senhores feudais não tinham como manter suas estruturas em meio ao êxodo constante dos camponeses que a principio trabalhavam para manter essa estrutura feudalista que ao mesmo tempo os senhores davam condições de eles se manterem.
Mas devido e a progressiva exploração causada pelos senhores feudais aos camponeses, fez com que ocorressem varias revoltas e a migração em massa que resultou na formação dos centros urbanos e das cidades.
Pode se perceber que em um primeiro momento dessa transição que o desenvolvimento dessa construção do mercantilismo terá a priori uma expansão significativa do feudalismo
Falcon irá abordar em seu texto uma ideia não muito concreta acerca do objetivo a que se refere a indicar os principais problemas que essa transição ocorrida levou a essa visão.
Na descrição do autor, quanto ao surgimento do mercantilismo é difícil imaginar um mundo ou uma época em que as formas de pensamento podiam prescindir de tais substantivos, daí seria mais fácil pensar no mercantilismo como sinônimo de um corpo doutrinário coerente.
Ele começa sua narrativa abordando varias visões historiográficas acerca do mercantilismo: segundo Pierre Deyon, o mercantilismo nunca existiu e que na sua visão era um mito, cujo a criação é posterior ao objeto, com isso pode chegar a uma analise de que o momento histórico em que os acontecimentos eram desenvolvidos, não poderiam ainda ter uma construção mercantilista.
Diversos fatores favorecem em principio essa analogia sobre o mercantilismo, pois segundo Falcon, “nem a palavra mercantilismo é contemporânea do objeto que pretende indicar, nem tampouco tal objeto apresentou jamais características de coerência interna que nos habituamos a imaginar com inerente a um conceito desse
gênero” o ponto de observação nesse caso distinguido pelo autor é que o mercantilismo, foi o produto das condições especificas de um determinado período histórico do Ocidente, caracterizado por essa transição feudalista que culminaria no capitalismo.
Já quando cita Max, que para muitos historiadores foi o pai do capitalismo, ele aborda que esse capitalismo deu-se de forma precoce em algumas cidades do mediterrâneo e que a era propriamente não data senão do século XVI.
Percebe-se então que essa comercialização está de certa forma ligada ao feudalismo devido ao produto natural produzido nos campos, então de que forma explicar essa “ transição”. Falcon enfoca que: “a escola histórica alemã irá analisar o mercantilismo como uma politica racional perfeitamente ajustada às necessidades de construção e fortalecimento dos Estados modernos, promovendo a unificação interna e assegurando o seu poder no confronto interno nacional”.
Do ponto de vista do autor, o processo de transição do feudalismo para o capitalismo não se deu de forma interna mas também externa, com as grandes navegações o sistema de troca, compra e venda, politica econômica, os Estados modernos, e a expansão comercial, contribuíram para essa transição.
Em sua obra, o autor dirá em diversos momentos se contrapor a outras historiografia e tentará mostrar em diversos ângulos essa “transição” que devido a sua longa duração deixou vários pontos a serem observados.
Falcon salienta que o estudo desse mercantilismo só adquire um sentido verdadeiro quando situarmos no interior do seu contexto histórico que o tornou possível. Justamente porque muitos historiadores argumentam que esta transição é algo sem sentido, devido a este longo período de transição “afirmam, a História é uma eterna transição e sendo assim não haveria como distinguir uma transição na transição”. Então como se explica a questão dessa transição! O autor mostra que essa ruptura marcaria o inicio dos tempos modernos ou seja as estruturas das formações feudais dominantes para as formações “burguesas, que já seriam contemporâneas, curo as estruturas estão baseadas no caráter dominante das relações capitalistas”.
Falcon, mostra de forma clara os pontos dessas estruturas, quando aborda as estruturas econômicas, as relações existentes no campo, na agricultura, e aquelas existentes nas cidades. “ Na prática cada um desses tipos se decompõe em formas variadas conforme o tempo e o lugar que se considere e, além deles, existem também, em proporções muito diversas, os pequenos proprietários propriamente ditos e os camponeses sem terras, trabalhando com assalariados permanentes ou eventuais”
Em se tratando das estruturas politicas, o Estado absolutista é: segundo Falcon, um Estado moderno, “ou seja um tipo de Estado que é resultante de vários séculos de formações s de lutas, no final da Idade Média, levadas a cabo contra os universalismos representados pelo papado e pelo Impérios e também contas as tendência localistas dos senhorios feudais e das comunas urbanas.”.
Essas mudanças ocorridas mostram a dissolvição das ordens feudais clássicas, a fragmentação do universalismo da Igreja. A centralização monárquica que foi beneficiada devido a contestação desse poder da Igreja, fez com que houvesse uma consolidação dessa monarquia, que não se limitaria apenas ao período de transição
Segundo as características desse Estado Absolutista ele representa a priori duas classes: A nobreza e a burguesia, “constata-se então que esta na própria logica de tal sistema o apoio do Estado Absolutista ás atividades produtivas e comerciais das camadas burguesas: não é por tanto, por simples acaso que se identificam na ideologia mercantilista a riqueza do Estado e a riqueza dos seus habitantes”
Essa detenção do absolutismo como tutor dessa burguesia foi de suma importância para o desenvolvimento da economia mercantil, pois vale ressaltar que a nobreza perdeu o seu poder econômico e não conseguia exercer o poder politico, e devido a esta dependência o período dessa transição, mesmo com o desenvolvimento mercantil e manufatureiro as relações ainda permaneciam feudais.
Uma comprovação de que o absolutismo é uma forma de Estado Feudal, e que só foi superado pelas Revoluções Burguesas, parece ser a hipótese mais coerente para explicar a natureza do Estado no período de transição.
De acordo com Perry Anderson: “durante toda a fase inicial da época moderna, a classe dominante – econômica e politicamente – era, portanto a mesma medieval: a aristocracia feudal. Essa nobreza passou por profundas metamorfoses nos séculos que se seguiram ao fim da Idade Média: mas desde o principio até o final da história do absolutismo, nunca foi desalojada do poder politico(...)Essencialmente ,o Absolutismo, era apenas isto: um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição social tradicional.. Em outras palavras, o Estado Absolutista nunca foi um arbitro entre a aristocracia e a burguesia, e menos ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia”
Sobre o mercantilismo, pode se perceber que para os burgueses constitui-se numa forma de unificação de marcados e expansão de suas atividades mercantilistas.
Vale ressaltar que as praticas mercantilistas fortaleciam a ação do Estado em todos os níveis da economia.
Com isso percebe-se uma acumulação de Capital que irá ser o motor giratório dessa transição.
Vale ressaltar que segundo Falcon, que: “ devemos estar conscientes de que não existe um verdadeiro consenso acerca do que devemos entender por mercantilismo”
(...) o período de transição não é redutível nem ao feudalismo, nem ao capitalismo, nem tampouco a justaposição de ambos: trata-se de uma época com especificidades própria, resultante do fato de que em suas formações sociais concretas existem estruturas econômico-sociais politicas e ideológicas que, não são feudos, nem podem ser chamadas de capitalismo – são de transição.


Analisando o que discorre o autor, conclui-se que essa transição do ponto de vista historiográfico passou por varias dificuldades de intepretações entre os historiadores, vale ressaltar que o próprio autor não se compromete em afirmar essa passagem do feudalismo para o capitalismo.
Sendo assim, não é possível afirmar o período exato dessa transição, a complexidade das bases modernistas as continuidades, e descontinuidades abordadas a respeito da desfragmentação feudal, e o surgimento de uma nova organização capitalista nos levar de certo ponto a analisamos de forma coerente, as questões citadas no texto sobre o surgimento de uma nobreza que implementará um Estado Absolutista, que apoiará a burguesia e dará a ela uma sustentabilidade econômica tanto interna , quanto interna.
Falcon, deixa em aberto varias questões e significados pragmáticos, concernente ao mercantilismo e suas atividades , mas da a entender que a transição aconteceu, e o mundo ocidental teve uma mudança sócio-economica, politica, religiosa e expansionista já mais vista no “inicio da idade moderna.



Neocolonialismo na America Latina

A BASE ECONÔMICA DO NEOCOLONIALISMO

Segundo , os relatos de europeus que descrevem a América Latina do século XIX, com uma riqueza de recursos naturais, levaram muitos a crer que a combinação de tecnologia e recursos externos proporcionariam o desenvolvimento da região, diminuindo a influencia da herança colonial. Mas a obra de Alexander Von Humboldt falando especialmente do México enfoca que as nações ex-colônias “não escaparam de imediato à herança da dependência.”
É bem colocado que embora os países não possam escapar de tal herança, nunca no período pós-colonial deixou de existir esforços para pelo menos tentar mudá-la. Esse texto trabalha com as transformações de duas perspectivas: transformações econômicas e nas estruturas políticas e sociais.
Para falar de tais transformações utilizará alguns exemplos, entre eles o México, o Brasil e a Argentina. Discutirá também as diferenças econômicas entre a América Latina e os Estados Unidos. Enquanto em 1870 o EUA era a segunda potencia econômica em ascensão, a América Latina era simplesmente um fornecedor de matérias primas.
Alguns estudos comparativos entre as áreas de desenvolvimento pós-colonial estão presentes no texto. Nele vemos que o processo de formação dos EUA teve participação dos ingleses que saíram de seu país que já estava num estágio de modernização. Essa interação entre ingleses(que viam a tolerância, à liberdade econômica, a poupança e o investimento como elementos transformadores) e norte americanos fez toda a diferença para as transformações que ocorreram no país. Os americanos não incorporaram os nativos (ameríndios), antes mataram-nos ou isolaram os sobreviventes nas piores terras do país. O novo território também apresentava condições climáticas que lembravam a Europa e representavam condições para o desenvolvimento. Buscavam novas técnicas para assim ocupar o país.
O crescimento político e econômico possibilitou as colônias inglesas um grande avanço na indústria náutica e nas atividades mercantis, por volta de 1763 (no Caribe), que era uma região estratégica( de exportação de gêneros como arroz, algodão, açúcar e cacau).Quando ocorreu a queda das exportações, os lucros obtidos foram investidos na indústria têxtil de 1808 a 1814. Um fator importante para o desenvolvimento dos norte americanos foi sua relação com a antiga metrópole, diferente das colônias espanholas que ao tornarem-se independentes, não puderam contar com a ajuda(comercial, financeira ou técnica)da metrópole.
Outro fator importante para o desenvolvimento norte americano foi a eclosão da Guerra de Secessão (uma guerra civil que durou 5 anos) motivada pela luta contra a escravatura. Tal guerra abriu caminho para a industrialização.
Na América Latina a herança colonial persistiu e deu origem a diversos conflitos civis.(secionais e regionais).A elite colonial queria tornar o sistema mais racional para seus próprios interesses. Havia um conflito entre os interesses econômicos regionais com os antigos centos comerciais em todo território latino-americano.
No México o conflito estava “entre aqueles que desejavam monopolizar todo o comercio interno e externo, de um lado, e aqueles que buscavam ocupar posições monopolísticas locais” (pag. 104). Não havia uma unidade nacional, comprometendo a formação de uma política econômica nacional.
A importação de manufaturas inglesas sufocava a emergência de indústrias locais. A América Latina continuou desempenhando o papel de fornecedora de matérias-primas. Com isso podemos perceber que “tal herança colonial retardou, efetivamente, a formação do que hoje denominamos sociedades modernizadas.”(pag. 106).
A denominação neocolonial aplica-se a economia e sociedade latino-americanas no período que se segue a concretização de sua independência formal.
Uma característica do colonialismo ibérico são as grandes propriedades (latifúndios) de cultivo seja para consumo interno ou externo. Como exemplo cita o Brasil que no século XVI destacou-se no cultivo de cana-de-açúcar e a Argentina que possuía imensas propriedades dedicadas a pecuária. Tais propriedades além de serem locais de moradia familiar incorporavam também centenas de dependentes formando assim mais que uma unidade produtora. A posse de terras constituía como elemento de prestigio.
No México a herança colonial da grande propriedade perdurou, o desenvolvimento de empresas fracassou e a estratificação social continuou a existir.
Ao longo do século XIX ocorreram passagens de terras do domínio público para a propriedade privada.
Na Argentina, as melhores terras estavam nas mãos das empresas privadas. Ela estava integrada a mais modernizada economia da América Latina.
No Brasil, o termino da monarquia não significou o rompimento com a herança colonial, pois o país continuou “essencialmente agrícola”. As primeiras décadas do século XIX foram marcadas por uma grande estagnação econômica que coincidiram com o combate ao trafico negreiro e os projetos de emancipação dos escravos. Os projetos industriais não tiveram êxito, pois não havia mão-de-obra e nem tecnologias para tal empreendimento, além da carência na questão dos transportes. A Inglaterra continuava dominando a economia brasileira.
O desenvolvimento de um novo produto para a exportação surgiu: o café. Com isso surge um grupo de influencia política, os cafeicultores que começaram a formar as grandes propriedades para o cultivo e utilizavam amplamente mão-de-obra escrava.
A demanda por mão-de-obra para as crescentes lavouras levou a importação de um número significativo de escravos (aproximadamente 2,5 milhões de escravos). Nos anos 50 esses escravos estavam distribuídos para as propriedades açucareiras do Nordeste e para as fazendas de café nas cercanias do Rio de Janeiro.
Na década de 80, houve um declínio da produção cafeeira, devido a idade avançada dos escravos e a exaustão do solo (em MG e RJ). Os cafeicultores paulistas, ao longo da segunda metade do século XIX, passaram a utilizar a mão-de-obra dos imigrantes europeus, em sua grande maioria italianos.
Após a abolição os escravos se encontravam marginalizados, grande parte não conseguia emprego e se via tentado a voltar para seus antigos senhores.
O sistema ibérico de intercâmbio comercial e de navegação entrou em colapso. Os ingleses adquiriram preeminência nos portos brasileiros e nas antigas colônias espanholas.
Os estrangeiros (franceses, portugueses e espanhóis) dominavam tanto a oferta, quanto o preço das importações e exportações, bem como os fluxos de intercâmbio comercial.
Os que mais se beneficiaram com o colonialismo no Novo Mundo foram os comerciantes, banqueiros e embarcadores ingleses. Segundo o autor, foi o atraso das metrópoles ibéricas que favoreceu os empresários ingleses.
A influência dos investimentos ingleses culminaram com transformações em diversos setores. Eles construíram um novo imperialismo informal do livre comércio e investimento.


Política e Sociedade.

A revolução fornece aos historiadores o marco mais adequado à mensuração da transformação ao longo do tempo.
Os aspectos do processo revolucionário levam os analistas a enfatizar as inovações trazidas pela era pós-revolucionária.
Nos séculos que precederam o atual, os grandes momentos da história latino-americana acham-se consubstanciados nas décadas da conquista ibérica nos primeiros anos do século XVI e quase três séculos mais tarde, nos levantes que romperam a matriz colonial e geraram a era das histórias “nacionais”.
Os criollos da era pós-colonial para assegurar sua sobrevivência, necessitavam restringir a mudança social, de impedir que o movimento de independência assumisse a configuração de uma revolução continua.
Dentro do novo Estado republicano - ou da monarquia constitucional brasileira - mecanismo aceitos por essa elite foram inseridos no processo social, permitindo-se assim a preservação da classe dirigente criolla, da incorporação de setores médios brancos, mulatos, mestiços, castas e alforriados e finalmente, reduz a passividade de política a força de trabalho das economias agrárias latino-americanas – índios e negros analfabetos.
No século XX, o indigenismo acabou por se tornar um laço poderoso na forjadura do nacionalismo e na incorporação de elementos ameríndios isolados, mas na década de 20, pesava como ameaça sombria sobre o monopólio do processo político pelas elites criollas.
Aqueles que se alimentaram da tradição dos Estados de “enclave” achavam-se despreparados para a igualdade jurídica. Os indígenas que abandonassem suas comunidades eram em seguida incorporados como trabalhadores assalariados, como analfabetos ou como criados e servos domésticos, foram convenientemente privados de seus direitos pelas novas constituições. Os que permaneceram em suas comunidades buscaram a proteção do isolamento completo ou reagiram em levantes desesperos.
Não obstante, entre 1821 e 1830 diversos mecanismos foram adotados visando retardar a emancipação, que só veio efetivamente a ocorrer em 1854, os filhos de mães escravas, nascidos após 1821, eram livres mas, em realidade, forçados a trabalhar para os menos senhores até a idade de 25 anos, outros escravos poderiam ser alforriados em troca de compensação financeira, mas esse fundo jamais se mostrou adequado, enquanto isso, as autoridades locais recebiam amplos poderes voltados para o exercício de sanções contra a força de trabalho escrava.
Ao iniciar-se o século XIX localizamos três grupos de diversas influências política nos mundos metropolitano e colonial. Citamos em primeiro lugar, os tradicionalistas, a seguir, aqueles adequadamente denominados aliados dos tradicionalistas, classificados como os realistas, geralmente militares, burocratas de escalões mais elevados ou nobres que percebiam o perigo representado pelo seu isolamento da realidade, europeia ou americana.
Finalmente, um terceiro grupo – possivelmente mais influente na América do que n a Península Ibérica - composta de ricos proprietários fundiários e de minas, comerciantes, eclesiásticos e burocratas, cujo pleno desenvolvimento e dependia de transformações sociopolíticos muito mais profundas do que aquelas que os realistas achavam – se dispostos a aceitar.
Qualquer que fosse a escolha, as nações independentes rejeitaram os modelos ibéricos de estrutura política, isto é, o absolutismo espanhol e português. Além disso, a restauração da monarquia absoluta nos dois países da Península Ibérica gerou a guerra civil, o aparecimento da política pretoriana e a notável ausência de qualquer modernização efetiva.
República não significa necessariamente democracia. Por outro lado, a moldura constitucional foi forçada a permitir a participação de uma burguesa numericamente reduzida, mas suficientemente articulada, bem assim de elementos neocolonial latino-americano. Essas duas forças tornaram-se vitais á economia latino-americano ao longo do século XIX, ocupando as burocracias regionais e nacionais, participando nas empresas comerciais e financeiras, desempenhando papéis indispensáveis no jornalismo e na política. Diversos desses grupos constituíram-se em pontas de lança do liberalismo, confiando de início às estruturas políticas federais a introdução de mudanças, e, por fim, voltando-se para as práticas autoritárias.


Cabe recordar que, no início da luta pela independência latino americana, a elite criolla (como grupo) favorecia as instituições monárquicas, desde que a política econômica fosse alterada. A frequência pela quais diversas áreas da América Latina, ao longo das lutas anticoloniais, se aproximaram da ideia monárquica – chegando, mesmo, a estabelecer esse tipo de regime, posteriormente, no México e no Brasil – leva-nos a concluir que na década de 20 (século XVIII) a elite criolla ainda optava pela monarquia constitucional. Cremos ser bastante plausível afirmar que, houvesse o governo espanhol aceito em 1783 as recomendações de um realista Bourbon, a Aranda, no sentido da criação de monarquias no México e no Peru, vinculadas por laços dinásticos e por tributos anuais à Espanha, a monarquia teria sido a forma predominante de organização política latino-americana ao longo do século XIX. De fato, foram duas tentativas monárquicas (seguidas de colapso) no México, 1822-23 e 1864-67; no Brasil, contudo, a presença da família real portuguesa, refugiada após a invasão francesa de 1807, ensejou a sobrevivência da monarquia até 1889.

Assim sendo, embora a ideia da monarquia fosse repetidamente cogitada quase todas as nações latino-americanas emergentes escolheram estruturas republicanas, o que não resolveu os conflitos internos. Algumas questões cruciais pendiam ainda de resolução: que tipo de república, federativa (descentralizada) ou ainda unitária (centralizada), presidencial ou parlamentar, popular ou elitista ou aristocrática, liberal ou conservadora? Essas clivagens representavam algo mais que simples discordâncias quanto à forma a adotar; as dissensões sobre estruturas políticas refletiam as agudas diferenças no tocante à estrutura já existente e àquela ser criada, ao acesso e à distribuição do poder, ao curso a ser estabelecido para mudança econômica. A questão fundamental era: quem herdaria a revolução? Os liberais como grupo, voltavam-se para um Estado secular, sem a presença da Igreja Católica Romana como força política; em um eleitorado mais amplo, caracterizado por qualificações mínimas para os votantes e eleições diretas (e não indiretas); em sistemas educacionais apoiados pelo Estado; na eliminação das instituições coloniais (tribunais militares e eclesiásticos de ampla jurisdição, títulos e emblemas de nobreza etc.). Alguns liberais buscaram modelar sua estrutura política de acordo com a constituição norte-americana, preconizando especialmente o federalismo (descentralização), ao qual atribuíam o notável progresso conhecido pelo país. Estavam conscientes do fato de que a constituição norte-americana reunira entidades políticas que haviam desfrutado de grande autonomia sob a dominação colonial, ao passo que nas repúblicas (antigas colônias espanholas o federalismo, ou autonomia regional, contradizia o conjunto das estruturas imperiais). O fato essencial é que as estruturas políticas federativas prometiam satisfazer as exigências regionais nas questões econômicas, permitindo a maximização dos recursos (humanos e naturais) locais, em benefício local. Esse fator foi de fundamental importância na aglutinação das diversas regiões em apoio às capitais na luta pela independência.
Encaradas como um todo, as estruturas como um todo, as estruturas políticas pós-independência – repúblicas liberal-conservadoras ou monarquias, como no Brasil – possuíam elementos básicos comuns por volta de 1850: executivos fortes, dispondo de amplos poderes discricionários, entre eles o direito à declaração unilateral de estado de sítio; governos nacionais autorizados a nomear funcionários executivos, estaduais ou provinciais (presidentes, governadores ou administradores) e habilitados a controlar a realizar das eleições locais via policiamento extensivo e poderes judiciais; e qualificações para o exercício do voto que exigiam altas rendas, excluindo em consequência os assalariados rurais e urbanos, os empregados domésticos e, em certos casos aqueles que trabalhavam no comércio. Os dois tipos de governo excluíam sistematicamente os despossuídos de qualquer forma de propriedade e os cidadãos livres mais empobrecidos de qualquer forma de participação política. Uma estimativa política da população nas nações latino-americanas indicaria um percentual beirando a 2 ou 4% ao longo do século XIX. No Brasil em 1881, aproximadamente 142 mil cidadãos votaram nas eleições, número equivalente a cerca de 9,5% do contingente eleitoral. Ao contrário dos Estados Unidos o Brasil não concedera aos escravos qualquer contagem parcial na determinação da representação regional junto ao parlamento. Deve ser lembrado, que a ausência de escolas primária servia para efetivamente filtrar esse eleitorado. Exemplo dessa estatística: Nos Estados Unidos em 1865, uma criança em cada três habitantes; já na província de Buenos Aires, onde as oportunidade educacionais era superior àquelas do restante da república argentina equivalia a 1 por 25.

A estabilidade Social foi uma característica principal da história latino americana no século passado e continua a desempenhar esse papel por muitos anos no século XX. Várias décadas após a independência, as poucas famílias dominantes – patriarcais, sociais e extensas voltadas para riqueza, educação, poder e prestígio – casaram seus filhos entre si, produziram descendentes, enviaram-nos as selecionadas escolas secundárias nas capitais e especialmente após 1850 para as faculdades nacionais de direito, engenharia e medicina de uma das universidades nacionais, acomodaram-nos nas carreiras da política e do direito, das finanças ou da medicina, da empresa agrícola ou pecuária. A ampliação desse ciclo levou à perpetuação da elite e a preservação da estratificação.

A aristocracia fundiária monopolizava para si as posições ligadas à alta burocracia profissões liberais e atividade do executivo, legislativo e judiciário.

Na medida em que as capitais nacionais diversificavam e multiplicavam suas funções como centros administrativos comerciais e financeiros, passavam a atrair do exterior a primeira leva de imigrantes do século XIX, elementos brancos cultos, possuidores de talentos e vínculos necessitados no país: comerciantes, médicos, engenheiros e educadores.

O maior contingente desses imigrantes era composto pelos comerciantes. Na verdade os comerciantes ibéricos haviam predominado na imigração colonial, embora, face a sua acumulação de riqueza e influência, não ocupassem as posições julgadas de maior prestígio pela sociedade colonial. No caso dos imigrantes ocidentais eram como que emissários dos centros europeus avançados, modernos e “civilizados” por seu intermédio da tecnologia ocidental, ou seja, penetravam na América Latina os brancos vindos da França, Inglaterra, Suíça, Alemanha e Itália, passaram a ser aceito para as alianças matrimoniais como as famílias da aristocracia fundiária criolla – de forma semelhante ao que ocorrera com os ibéricos nas eras colonial e neocolonial.

Questões Educacionais

A educação e a renda contribuíram para suavizar o caminho da mobilidade ascendente para os mestiços e mulatos adequadamente “branqueados”, um número significativo de indivíduos por toda a América de colonização ibérica ao findar-se o período colonial. A educação – como ainda hoje percebemos pela população latino-americana em idade escolar – constituída um privilégio restrito, não um direito comum. Foi (e ainda é) um indicador da restrição social, uma barreira altamente seletiva no caminho da aquisição da renda e do status. Em quase todos os países latino-americanos, então como agora, o meio mais efetivo de assegurar a rígida estratificação social consistia na redução da oferta de educação primária e, com poucas exceções (Argentina e Chile), as dotações orçamentárias eram reduzidas a um mínimo consistente com a preservação da elite política, social e econômica. Será suficiente comparar as dotações orçamentárias voltadas para as forças armadas e a educação primária para que se compreenda por que a tensão social latino-americana há muito é considerada assunto de competência da política ou das forças armadas nacionais.

Poder-se-ia indagar se essa negligência em termos de educação primária indicava uma ausência de responsabilidade por parte da elite neocolonial face às massas, uma cegueira consistente no que dizia respeito às inter-relações entre a melhoria das condições de todos os cidadãos e a possibilidade de melhoria geral para a sociedade tomada em seu conjunto. Não há como negar que a natureza elitista da educação neocolonial constituiu parte da herança colonial, mas esse tipo de resposta equivaleria, talvez, a um empobrecimento da questão. O complexo sociopsicológico característico das classes superiores coloniais e neocoloniais espelha e reflete a atitude dos senhores brancos ou quase brancos face as populações dependentes, denominadas pela terminologia legal colonial para quais a lei natural prescrevia o status de seres inferiores. Na América Latina neocolonial considerava que essas massas de indivíduos necessitavam de liderança, não de educação. Além disso, como as exigências de tecnologia das economias exportadoras não eram elevadas, no século passado, a alfabetização não era considerado pré-requisito para o homem que trabalhava com enxada.
O que podemos observar é que esse novo modelo de estrutura só fez amenizar por alguns período essa escravidão indígena pois, segundo o autor a sua sub existência permaneceu mínima devido ao tipo de tratamento por eles recebidos.
Foram forçados a miscigenação, ou seja, vínculos comunitários que foram ale de sua paciência, o que eclodiram em grandes revoltas como no período colonial, que eram reprimidas impiedosamente o que culminou no seu isolamento, sendo visitados por uns poucos pequenos comerciantes e recebendo atenção ocasional tanto quando dos padres.

Vale ressaltar que as desvantagens socioeconômicas encontradas pelos negros eram ainda maiores. A racionalização do comercio de escravos nas plantações e mina persistiu na América Latina neocolonial, isto é, o conceito de que os comerciantes de escravos e seus senhores de escravos haviam-no tirado do barbarismo, o mito do passado negro. Retirando de sua cultura, família e comunidade, privado de sua esposa ou de suas mulheres, transformado em um instrumento humano de trabalho.

Avanços da educação no Brasil


Dissertação sobre os avanços democráticos relacionados a Pratica Pedagógica na trajetória da Historia da Educação.
Através do presente trabalho, pretendemos demonstrar as mudanças da educação no Brasil que mobilizou diversas discursões entre os partidos e também dentro de seus próprios diretórios.
Do ponto de vista educacional, a mesma passou por grandes reformas que a consolidaram como sendo uma educação que deveria estar ao alcance de todos, pois a mesma estava condicionada e restrita as classes mais destacada na sociedade.
Por vários anos o poder politico olhou a educação no Brasil com descaso e desinteresse, graças ao empenhos de vários pedagogos e professores que entraram para a politica, a estrutura educacional pôde ser consolidada.
Nos dias atuais pode-se dizer que o ensino fundamental é de responsabilidade dos Estados e Munícipios sendo que essas redes trabalham de modo independente.
Uma das questões polemicas na área da educação encontra-se na Constituição Federal de 1998, é o principio educacional da gestão democrática. Contraditoriamente é o único principio constante na área educacional que teve sua abrangência limitada ao âmbito publico, pois nos termos do artigo 206, item VI, a gestão democrática ficou restrita ao ensino publico na forma de lei.
Nas questões governamentais, poderemos destacar que os insucessos na gestão dos governos passados tiveram inicio com o presidente Jose Sarney, mesmo com uma maior classe de intelectuais no seu governo, a educação não obteve uma valorização pois a mesma foi entregue a uma classe politica conservadora.
Quanto da gestão de Marco Maciel, como ministro da educação, em principio tenha trazido algumas conquistas no campo educacional, percebe que não foi o suficiente para alavancar as questões prioritária, mas suas conquistas em suas questões serviram de base para se ter uma educação mais solida no futuro, sua contribuição foi pela regulamentação da “ementa Calmon” que destinava 13% dos recursos orçamentários do pais para educação.
Percebe-se que os planos elaborados pelo governo não se encontrava adequado as condições sociais existente num primeiro momento, pois não tinha nenhum contato com a realidade social existente.
Hoje já se tem noção que para o crescimento da educação é preciso a participação de todos os movimentos sociais onde o governo e sociedade possam chegar a decisões que mantenham a educação como prioridade para o desenvolvimento do pais.
Este processo de interação pode ser definido como uma transmissão democrática onde as decisões politicas são elaboradas segundo as necessidades da sociedade, vale ressaltar que, vários políticos como Darci Ribeiro, Florestan Fernandes Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, ELoiza Erondina, Fernando Collor, Lula e outros contribuíram muito para o crescimento da educação, mesmo com as diferenças partidárias.
O fato é que esses políticos são convidados mesmo que indiretamente participarem de forma mais ativa nas estruturas educacionais, as implantações das leis de diretrizes, a LBD, ECA, as reformulações dos ensinos fundamentais e médio, foram conquistas das classes pedagógicas e das sociedades organizadas.
A democratização do país foi fundamental para que a sociedade pudesse requerer o que por direito constitucional já lhe pertencia, na Carta Magna a educação, segundo o texto “não veio contemplada apenas no seu local próprio, no tópico especifico destinada a ela, mas apareceu também espalhada em outros tópicos. Assim no titulo sobre os direitos e garantias fundamentais, Educação apareceu como um direito social, junto da saúde, do trabalho, do lazer, da segurança, da previdência social, da proteção à maternidade e a infância, da assistência ao desempregados (artigo 6º). Também no capitulo sobre a família, a criança, o adolescente e o idoso, a Educação foi concluída. A Constituição determinou ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e o adolescente o direito à Educação como uma prioridade em relação a outros direitos.”

Conclui-se que devido as modificações nas áreas pedagógicas a sociedade teve condições de adaptação às Políticas implementadas pelo Governo.
Sabemos que ainda há muito a ser feito em prol da Educação do Brasil, devemos continuar lutando por uma Educação de qualidade para todas as camadas de nossa sociedade.