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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

IHGB e suas mudanças ideológicas do século XX


INTRODUÇÃO

            O presente trabalho tem como objetivo mostrar as características abordadas por Manoel Luís Salgado Guimarães em seu artigo sobre as questões historiográficas que ganharam status de cientificidade nos parâmetros universitários.
 O autor irá abordar sobre a formulação do IHGB. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que, teve como objetivo principal dar ao Brasil um princípio de construção de identidade nacional, pois o mesmo necessitava de uma identidade que, pudesse ser reconhecida no cenário europeu com sendo uma nação soberana sendo que, o processo dessa construção teria bases lineares com ideologias iluministas europeias.
Passando por esta construção primária de identidade, o autor também irá abordar que foi preciso ao longo de décadas uma reformulação nas estruturas ideológicas do Instituto com a inserção de novos documentos que permitiria aos historiadores ter uma visão mais ampla, valorizando as sociedades primárias desta construção, ou seja, houve um momento que essa historiografia passou a ser observada pelo momento histórico do seu tempo.










 O Imperialismo
 No inicio do século XIX o Brasil, passou por diversos paradigmas nas estruturas do Império, estabelecido com soberano, pós-independência, precisaria urgentemente de uma identidade própria de nacionalidade para que, tanto no mundo ibérico, quanto europeu pudesse ter o status de nação soberana e ser inserido no contexto mundial.
Como então formular essa identidade? Era preciso que a nova nação tivesse um principio de formação cultural e social baseada na elite branca do século XIX onde os povos sem essas características eram denominados bárbaros, como foi o caso dos nativos do Brasil, segundo o autor esse momento de construção irá começar a ser definido com a criação do IHGB. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que terá como base de sustentação o Imperialismo onde a toda historiografia a ser produzida será voltada na construção de uma sociedade elitista, branca, onde o pilar central dará ênfase à colonização portuguesa como construtora desta nação.
Vale ressaltar que essa esta historiografia que foi produzida estava baseada na historiografia europeia que serviu de modelo para essa construção nacional.
Como parte deste projeto na identidade nacional era preciso inserir neste contexto a raciologia que não via o nativo e no negro como participante desta identidade nacional.
A proposta vencedora das formas de construção historiográficas de 1840, foi à miscigenação racial adotada pelo IHGB.
Ronaldo Vainfas em seu livro Colonização, Miscigenação e Questão Racial, irá abordar vários pontos em que essa historiografia será contraditória entre esse processo de construção produzido pelo IHGB. Ele cita que: “a história politicamente correta” é o caso de realçar o extraordinário encontro de povos posto em cena pelo descobrimento e pela colonização efetuada pelos portugueses na “sua América” a que lhe reservou o tratado de Tordesilhas (...). O extermínio de milhares de índios e o cativeiro destes e dos africanos.”  Col. e Misc. e Questão Racial Pág. 7
Nesse cenário de construção o Alemão Karl Von Martins deixou um legado de como se deveria escrever a história do Brasil. Vainfas cita que o mesmo afirmou que: (...) “a chave para compreender a história brasileira residia no estudo dos cruzamentos das três raças formadoras da nossa sociedade. A branca, a indígena e a negra, (...) Naturalista, ele se identifica com o hibridismo racial, dava a esse cruzamento igualmente aos das plantas e animais e com seu projeto de construção priorizou a contribuição portuguesa nessa formação nacional silenciando a participação negra e colocando o indígena em segundo plano.” Col. e Misc. e Questão Racial Pág. 8.
                Pode-se observar que a elite predominante não tinha nenhum interesse em inserir essa sociedade em seu projeto de nacionalização, a valorização exacerbada dada através dessa historiografia fez com que surgissem outros historiadores com essa mesma proposta de nacionalização Elitista, é o caso de Varnhagen que produziu uma visão historicista desta nacionalidade que a principio é puramente linear, pois ele começa a descrever desde o descobrimento até a chegada da família real ao Brasil em 1808.
Sobre sua forma de construção dessa historiografia, Ronaldo Vainfas em: seu livro Colonização e Miscigenação e Questão Racial cita que o mesmo dirá que:  “O Brasil deveria ser mesmo português (...) historia branca, elitista e imperial que se deu sua contribuição surpreendentemente ao informar sobre os costumes e crenças dos tupis, chamou os de quase sempre bárbaros e selvagens e praticamente silenciou sobre os negros”. Col. e Misc. e Questão Racial Pág 9.
            Considera-se então que toda estrutura administrativa que envolvia o IHGB, era voltada exclusivamente para os interesses do império, segundo Manoel Luís ela estava construída nas bases do império, pois os “burocratas” que mesmo sem os estudos universitários percorriam uma carreira na média burocracia.  Pág. 10.
            Na sua visão a leitura historiográfica era linear misturada com alusões iluministas, e com “retoques positivistas,” basta observar que o rei exercia além dos poderes constituídos o poder moderador que estava acima dos demais poderes.
            Em seu artigo, Manoel Luís mostra que, “à presença da tradição historiográfica iluminista na concepção de história do IHGB tanto pelo tratamento linear dado ao desenvolvimento da história, quanto por sua instrumentalização como “mestra da            vida”. “É tradição particular do iluminismo português, marcadamente católico e conservador, que deixará suas marcas nas gerações fundadoras.” (pág.14)
            IHGB E UMA NOVA VISÃO HISTORIOGRAFICA
            Mesmo com o surgimento de uma nova historiografia, chamada de a nova história que buscava torna-la “ciência”, segundo o autor a nossa sociedade herdaria uma concepção antiga da mesma.
            Contudo, Manoel Luís cita que a “história é mestra de seu tempo” houve uma retomada nas estruturas das mentalidades dentro do IHGB, quando se lançou a revista que a principio traria uma “concepção exemplar da história, abre uma rubrica em seu interior dedicada às biografias, capazes de fornecerem as gerações vindouras, contribuindo desta forma também para a construção da galeria dos heróis nacionais.” (pág. 15)
            Neste momento da história já se percebe uma desaceleração da história historicista de Varnhagem, que viria a ser considerado o pai da História brasileira.  
A fragmentação da história linear foi uma forma que os Estados Brasileiros puderam se organizar dentro dessa nova historiografia onde os historiadores buscariam inserir dentro dos contextos históricos uma interdisciplinaridade cultural e social para resgatar o momento histórico que deram a sustentabilidade de inserir tanto os nativos como os negros na construção da nação brasileira.

Nação e Civilização nos Trópicos - Fichamento do Artigo
            (...) “O discurso historiográfica ganha foro de cientificidade num processo em que a “disciplina” história conquista definitivamente os espaços da universidade. Neste processo, o historiador perde o caráter de homens de lettres e adquire o estatuto de pesquisador, de igual estre seus pares no mundo da produção cientifica.”
(pág 1)
            (...) “Não o espaço  sujeito a competição acadêmica própria das universidades europeias, mas o espaço da academia de escolhidos e eleitos a partir de relações sociais, nos moldes das academias de escolhidos e eleitos a partir das relações sociais” (pág. 1)
            (...) “A leitura da historia empreendida pelo IHGB esta, assim marcada por um duplo projeto: dar conta de uma gênese da Nação brasileira, inserindo-a, contudo numa tradição de civilização e progresso. Ideias tão caras ao iluminismo.” (pág. 3)
(...) “Estes primeiros estatutos estabelecem também as pretensões do IHGB em manter relações com instituições congêneres, quer nacionais, quer internacionais, em constituir-se numa central, na capital do império, que, incentivando a criação de institutos históricos provinciais canalizasse de volta para o Rio de Janeiro as informações sobre as diferentes regiões do Brasil.” (pág. 3)
(...) “A criação, em 1838, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) vem apontar em direção à materialização deste empreendimento, que mantem profundas relações com a proposta ideológica em curso. Uma vez implantado o Estado Nacional, impunha-se como tarefa o delineamento de um perfil para a “Nação Brasileira”, capaz de lhe garantir uma identidade própria no conjunto mais amplo das Nações.” (...) “É Francisco Adolfo Varnhagen que, em carta ao imperador dom Pedro II, explicitaria os fundamentos definidores da identidade nacional brasileira enquanto herança da colonização europeia.” (Pág. 6)
            (...) “É sobre o pano de fundo mais amplo desta discussão que o IHGB encaminhará suas reflexões acerca do Brasil, realizando atarefa de sistematizar uma produção historiográfica capaz de contribuir para o desenho dos contornos que se quer definir para a Nação brasileira” (pág. 7)
 (...) “ Enquanto na Europa o processo de escrita e disciplinarização  da historia estava-se efetuando fundamentalmente no espaço universitário, entre nós esta tarefa ficará ainda zelosamente preservada dentro dos muros da academia de tipo ilustrado, de acesso restrito, regulamentado por critérios que passam necessariamente pela teia das relações pessoais.”( Pág. 9)
(...) “Paralelamente, o instituto passa a dar prioridade à produção de trabalhos inéditos nos campos da historia, de geografia e da etnologia, relegando a segundo plano a tarefa até então prioritária de coleta e armazenamento de documentos.”(Pág. 10)
 “As mudanças em curso se materializaram nos novos estatutos promulgados em 1851, espelhando o processo de alargamento, consolidação e profissionalização do IHGB. A perspectiva de englobar na instituição estudos de natureza etnográficas, arqueologia e relativos as línguas dos indígenas brasileiros pode ser explicada a partir da própria concepção de escrita da historia partilhada dos intelectuais que a integravam” (pág. 11)
(...) “Embora não claramente explicitado nos primeiros estatutos do IHGB, o objetivo de escrever uma historia do Brasil esteve sempre presente. O instituto seria, nas palavras de Januário da Cunha Barbosa, a luz a retirar historia brasileira de seu escuro caos, superando uma época percebida e vivida como necessitada de Luz e Ordem” ...(...) “Tratava-se de desvendar o nosso verdadeiro caráter nacional, e para este fim o IHGB deveria realizar a sua parte.” (pág. 13)
            “Uma historia geral e completa do Brasil resta compor, e se até aqui nem nos era permitido à esperança de que tão cedo fosse satisfeito..” (...) “A historia é, assim, o meio indispensável para forjar a nacionalidade.” (...) “Ao longo deste artigo já nos referimos diversas vezes à presença doa tradição historiográfica do iluminista na concepção de historia do IHGB, tanto no tratamento linear dado ao desenvolvimento da historia, quanto por sua instrumentalização como mestra da vida.” (pág. 14)
            (...) “Herdeiros de uma concepção antiga de historia, lança-se o Instituto Histórico à tarefa de escrever a gênese da Nação brasileira, preocupação neste sentido, moderna da historiografia europeia do século XIX. Momento mesmo de passagem, de uma visão antiga e de uma visão moderna de se pensar a historia.” (...) “A Revista do IHGB, penetra da concepção exemplar da historia, abre uma rubrica em seu interior dedicado às biografias, capazes de fornecerem exemplos as gerações vindouras, contribuindo desta forma também para a construção da galeria dos heróis nacionais.” (pág. 15)
(...) “Uma obra histórica sobre o Brasil deve, segundo a minha opinião, ter igualmente a tendência de despertar e reanimar em seus leitores brasileiros amor da pátria, coragem, constância, indústria, fidelidade, prudência, em uma palavra, todas as virtudes cívicas” (pág. 17)
(...) “Trabalhos voltados para a problemática indígena – alias um tema particularmente tratado nas paginas da revista do IHGB – obterão também premiação, numa, clara demonstração de que a reflexão sobre a questão indígena  era parte substancial da discussão mais ampla relativa a questão nacional” (...) “ A concessão de prêmios e a organização e o apoio a expedições cientificas nas quais o IHGB se engajava visava a coleta de abundante material e à produção de um saber sobre o Brasil, capazes de fornecer bases seguras de um projeto  de escrita da historia nacional...” (pág. 19)
(...) “Podemos vislumbrar alguns caminhos para explicar como esta temática encontrou especial ressonância, não só no interior da Revista, como nos meios letrados brasileiros daquela quadra histórica, na teia das relações politicas, econômicas e sociais em que tais discussões sobre a questão indígena estavam sendo produzidas.” (pág. 20)
(...) “Num momento em que a abolição do trafico escravo coloca-se como inadiável, a Revista do Instituto Histórico oferece um fórum privilegiado para debates e discussões “(pág. 21)
           
            Dentro das discursões elaboradas neste artigo, podemos refletir acerca dos novos rumos da historiografia moderna que deu status cientifico  para a antiga história linear, apesar de todas divergências que aconteceram o autor é enfático a descrever que esse processo seria importante as gerações futuras, cabendo ao historiador mostrar os fatos partindo do principio de suas veracidades não impondo à história suas concepções de comportamentos no sentido de enaltecer os “detentores” que a conduzem.
            “Como futuros historiadores, precisamos reconhecer que cada momento histórico é e foi importante para cada sociedade, pois sabemos que para haver história é preciso ter pessoas que a façam, mesmo que elas percebam sua construção,” pois só quem pode eternizar a história são os imortais”




BIBLIOGRAFIAS
GUIMARÃES, Manoel Luis Lima Salgado. Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Disponível http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1935/1074
VAINFAS, Ronaldo – Colonização, Miscigenação e Questão Racial: notas sobre
Equívocos e tabus da historiografia brasileira.
In: Tempo: RJ, nº 8, 1999, p 7-22  


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PAULO FREIRE, UM REVOLUCIONÁRIO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.


INTRODUÇÃO
        O presente trabalho visa falar sobre a vida e obras de um famoso educador que contribuiu muito para uma nova visão de educação. A ideia de uma educação transformadora era o pilar central de todo seu pensamento.
      Iremos perceber como sua preocupação com a questão da educação repercutiu mundialmente. Seu olhar sobre as questões problemáticas da educação o levou a ver que somente a partir da leitura do mundo e que o individuo constrói seu conhecimento.
      Estamos falando de Paulo Freire,e a partir de agora veremos um pouco mais sobre sua vida e de que maneiras seu pensamento contribuiu para a historia da educação. Esperamos expor de maneira clara diferentes aspectos relevantes desse homem genial que mudou a concepção de educação.
QUEM FOI PAULO FREIRE?
        Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial [1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
 Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.
     O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. [carece de fontes?] Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.
   Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as idéias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial. Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997.
   A PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE
           Sua “pedagogia do oprimido” insere-se no grande movimento da “pedagogia crítica”, também chamada de “radical” ou “revolucionária”, dependendo do contexto.
          Paulo Freire continua sendo a grande referência da educação emancipadora. Ele pode ser comparado a muitos educadores do século XX, mas ninguém, melhor do que ele formulou uma pedagogia dos silenciados e da responsabilidade social, dos oprimidos e também dos não oprimidos, mas que estão comprometidos com eles e com eles lutam, como afirma na dedicatória do seu livro mais conhecido, Pedagogia do oprimido.
     Paulo Freire colocou o oprimido no palco da história, pelo seu engajamento político e pela sua teoria como contra-narrativa ao discurso dos poderosos e privilegiados. Ela valorizava, além do saber científico elaborado, também o saber primeiro, o saber cotidiano. Cuidar das pequenas coisas do dia-a-dia e pensar na cidadania planetária, unindo o local e o global. Sustentava que o aluno não registra em separado as significações instrutivas das significações educativas e cotidianas. Ao incorporar conhecimento, ele/ela incorpora outras significações, tais como: como conhecer, como se produz e como a sociedade utiliza o conhecimento... Enfim, o saber cotidiano do seu grupo social. Uma noção do seu construtivismo que ele desenvolveu. Outra contribuição de Freire à história das idéias pedagógicas é a sua
Concepção de currículo. 
       Não se pode entender a pedagogia de Freire sem entender os conceitos de transdisciplinaridade, transcurricularidade, interculturalidade.A inter e a transdisciplinaridade freireanas não são apenas um método pedagógico ou uma atitude no ato de ensinar e de aprender. Elas se constituem numa verdadeira exigência da própria natureza do ato pedagógico. Paulo Freire, na prática, sabia trabalhar com várias disciplinas ao mesmo tempo: a etnografia, a teoria literária, a filosofia, a política, a economia, a sociologia, etc. Trabalhava mais com teorias do que com disciplinas ou currículos. Para o ato pedagógico concorrem muitas ciências. Paulo Freire trabalhava ao mesmo tempo também com várias perspectivas teóricas: a do militante político, a do filósofo da libertação, do cientista, do intelectual, do revolucionário, etc.
   Paulo Freire insistia ainda na autonomia do aluno. Dos seus primeiros aos últimos escritos, ele procurou dar dignidade ao aprendente, respeitando a identidade do aluno. Ele não humilhava ninguém, não considerava o educador superior ao educando.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES DA PEDAGOGIA FREIRIANA
 Ler o mundo. Paulo Freire insistiu a vida toda nesse conceito chave do seu pensamento. O primeiro passo do seu método de apropriação do conhecimento é a leitura do mundo. Aqui se deve destacar a curiosidade como precondição do conhecimento.                                  Compartilhar a leitura do mundo lido. Não posso saber se minha leitura de mundo está correta, a não ser que a compare com a leitura do mundo de outras pessoas. O diálogo não é apenas uma estratégia pedagógica. É um critério de verdade.
Educação como ato de produção e de reconstrução do saber. Conhecer não é acumular conhecimentos, informações ou dados. Conhecer implica mudança de atitudes, saber pensar e não apenas assimilar conteúdos escolares do saber chamado “universal”. Conhecer é estabelecer relações, dizia Piaget e Paulo Freire.
4º A Educação como prática da liberdade (libertação). Até aqui creio que o construtivismo de Piaget também iria. Mas o construtivismo crítico de Paulo Freire foi além, afirmando a politicidade do conhecimento. É o momento da problematização, da existência pessoal e da sociedade, do futuro (utopia).
    Com isso podemos ver que a obra de Freire apresenta quatro grandes pilares:aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.                     
A educação, para ele, não podia estar separada da cultura. Ele fazia educação pela cultura, através dela, com ela.
      A pedagogia de Paulo Freire dava primazia a alguns fatores:                                             condições gnosiológicas da prática educativa. Toda obra de Paulo Freire está permeada pela idéia de que educar é conhecer, é ler o mundo, para poder transformá-lo. Ele destacou, desde o início, a importância das metodologias, o que é muito atual. Foi acusado de não dar valor aos conteúdos e, por isso, de ser espontaneista e não diretivo. Na verdade ele não foi nada disso: seu pensamento estava fortemente orientado por um projeto político-pedagógico cujo conteúdo era a libertação.
2°Defesa da educação como ato dialógico e, ao mesmo tempo, rigoroso, intuitivo, imaginativo, afetivo. Paulo destaca a necessidade de uma razão dialógica comunicativa.
3°O planejamento comunitário, participativo, a gestão democrática, a pesquisa participante. Paulo Freire costumava dizer que não nascemos democratas: tornamos-nos democratas. Por isso precisamos de uma educação para e pela democracia