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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O DESABAFO DE UM NEGRO SOLITÁRIODESABAFO DE UM NEGRO SOLITARIO Tudo começou por uma delegação de poder Onde de repente, alguém passou a me dizer. Você não tem mais direito de viver. Se escolheres viver tu terás que morrer ... Que tipo de morte seria essa Se em toda minha vida aprendi que nunca morreria tão depressa. Construí minha sabedoria através da oralidade da magia Magia que em outros mundos não era compreendida, mais sim por eles desmerecida. Os ritos as festas as danças os transes as bebidas, almas desinibidas. Tudo isso fica agora, pois alguém me diz que chegou minha hora. Do azul celeste do mar, percebo algo sombrio se aproximar, será que alguém pode me dizer o que está para acontecer. Dentro de mim minha alma diz que estou perto de morrer Navios negreiros, são brasileiros! São estrangeiros! Nada importa agora, pois chegou a minha hora. Meu coração bate mais forte, se aproxima a tão inesperada morte, rumo ao sul, rumo ao norte, não sei se sobrevivo a esse tão terrível castigo. Demonstro por um momento que sou forte, e não temo a morte, mais vejo ao meu lado gemidos africanos, afligidos, qual seria o motivo? Fúteis talvez, não sei. Sei que alguém dizia, eles não têm alma não tem vida, são coisas, falam mais não pensam, choram mais não sentem, Oh! Navio negreiro quem te batizou com esse nome tão sombrio, teu interior cheira a morte, qual será nossa sorte? Do outro lado do mundo estou agora, o que me espera? minha mente se é que tenho, não pensa mais em nada a não ser voltar para casa, que casa, estou morto, só precisam do meu corpo. Violentado agora pelo azorrague do terror, inserido na senzala, percebo o nascer de uma flor. Que me da esperança de reviver, de renascer em meio ao sofrimento, cada chicotada que levei na senzala uma flor eu plantei, reguei com meu próprio sangue, suor e lagrima, para que ali ela fosse enraizada. Uma raiz da África que crescia e se estabelecia, desenvolvia em volto de uma nova magia, a da esperança do nascer de nossas crianças, envolvidas por nossos costumes e crenças entendiam as nossas diferenças. Diferença imposta pela cor branca, que simbolizava para eles a paz. Que paz ? Paz que roubaram de nós toda nossa voz. Enfim sobrevivi a todas essas tempestades até chegar o momento da liberdade. Liberdade que foi paga a preço de sangue, com nosso sangue. Hoje sou livre? Não tenho tanta certeza, sei que tenho muitas incertezas, recebi minha alforria, não sabia o que dizia, eu não era cidadão, o que ser então, negro bandido, negro da rua, negro de casa, que casa, negro do morro, da favela, negro da senzala, ali eu fui alguém, minha ideologia e identidade foram aceitas, aqui fora essa sociedade abolicionista me rejeita, não posso estudar, não posso estar, não posso trabalhar, o que ser então? Defino que sou africano de coração e brasileiro cidadão, responsável por mim mesmo, crio novos desafios, ando de cabeça erguida, já não tenho medo da vida. Natalino Gaspar Filho Belford Roxo – 02 de Outubro de 2011

DESABAFO DE UM NEGRO SOLITARIO
Tudo começou por uma delegação de poder
Onde de repente, alguém passou a me dizer.
Você não tem mais direito de viver.
Se escolheres viver tu terás que morrer
... Que tipo de morte seria essa
Se em toda minha vida aprendi que nunca morreria tão depressa.
Construí minha sabedoria através da oralidade da magia
Magia que em outros mundos não era compreendida, mais sim por eles desmerecida.
Os ritos as festas as danças os transes as bebidas, almas desinibidas.
Tudo isso fica agora, pois alguém me diz que chegou minha hora.
Do azul celeste do mar, percebo algo sombrio se aproximar, será que alguém pode me dizer o que está para acontecer.
Dentro de mim minha alma diz que estou perto de morrer
Navios negreiros, são brasileiros! São estrangeiros! Nada importa agora, pois chegou a minha hora.
Meu coração bate mais forte, se aproxima a tão inesperada morte, rumo ao sul, rumo ao norte, não sei se sobrevivo a esse tão terrível castigo.
Demonstro por um momento que sou forte, e não temo a morte, mais vejo ao meu lado gemidos africanos, afligidos, qual seria o motivo? Fúteis talvez, não sei.
Sei que alguém dizia, eles não têm alma não tem vida, são coisas, falam mais não pensam, choram mais não sentem, Oh! Navio negreiro quem te batizou com esse nome tão sombrio, teu interior cheira a morte, qual será nossa sorte?
Do outro lado do mundo estou agora, o que me espera? minha mente se é que tenho, não pensa mais em nada a não ser voltar para casa, que casa, estou morto, só precisam do meu corpo.
Violentado agora pelo azorrague do terror, inserido na senzala, percebo o nascer de uma flor.
Que me da esperança de reviver, de renascer em meio ao sofrimento, cada chicotada que levei na senzala uma flor eu plantei, reguei com meu próprio sangue, suor e lagrima, para que ali ela fosse enraizada.
Uma raiz da África que crescia e se estabelecia, desenvolvia em volto de uma nova magia, a da esperança do nascer de nossas crianças, envolvidas por nossos costumes e crenças entendiam as nossas diferenças.
Diferença imposta pela cor branca, que simbolizava para eles a paz. Que paz ?
Paz que roubaram de nós toda nossa voz.
Enfim sobrevivi a todas essas tempestades até chegar o momento da liberdade.
Liberdade que foi paga a preço de sangue, com nosso sangue.
Hoje sou livre? Não tenho tanta certeza, sei que tenho muitas incertezas, recebi minha alforria, não sabia o que dizia, eu não era cidadão, o que ser então, negro bandido, negro da rua, negro de casa, que casa, negro do morro, da favela, negro da senzala, ali eu fui alguém, minha ideologia e identidade foram aceitas, aqui fora essa sociedade abolicionista me rejeita, não posso estudar, não posso estar, não posso trabalhar, o que ser então?
Defino que sou africano de coração e brasileiro cidadão, responsável por mim mesmo, crio novos desafios, ando de cabeça erguida, já não tenho medo da vida.

Natalino Gaspar Filho
Belford Roxo – 02 de Outubro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

QUE BRASIL É ESSE!!!

Caro amigo leitor, mais uma vez venho mostrar minha indiginação frente aos acontecimentos recentes na polítca brasileira, o Brasil da impunidade nos mostrou que não houveram muitas mudanças interna.
O nosso dinheiro está indo para o ralo ou seja cofre dos senhores ministros envolvidos em escandalos de roubos, o problema não é só esse, eles são o mais escalão do governo, impunes por sua imunidade parlamentar.
Não ha nesse imenso Brasil a quem recorrrer, exemplo disso temos nos hospitais públicos onde nós pagadores pelos serviços somos tratados piores que animais, aliais o Ibahma trata melhor os animais feridos do que os hospitais do Brasil.
Parece que estamos pedindo esmola.
Imagine você que sai para trabalhar as 03 da manhã e recressa as 21 h., nossos representantes tanto em Brasilia quanto nos Estados só trabalham a tarde e algumas horazinhas. Duas ou tres vezes na semana, isso não é bem legal? Você ja percebeu um outro fato, não tem mais rodovias,nem estradas, é um caos, 100 milhões de brasileiros se espremendo nos trens, metrôs, onibus, que demoram a chegar, isso não é uma maravilha? Nossos representantes andam nessas conduções?
Caros amigos se isso é ser cidadão eu me recuso a ser, sou brasileiro, amo meu país, mais eles não estão interessados em cumprir com suas obrigações. Sò querem o temos de maior valor, nosso voto, nosso imposto sobre tudo que temos.
 A nossas vozes tem que ser ouvida, eles nos representam, demos esse poder a eles e não o sabem usa-los,
nas próximas eleições somos nós que devemos dar as cartas. Abraços caros leitores, divulguem!!!

COPA DO MUNDO E OLIMPIADAS TEM QUE ESTAR TUDO LINDO, POR QUE NÃO ANTES.
Nao merecemos!!!

sábado, 5 de novembro de 2011

QUE BRASIL É ESSE!!!

Caro amigo leitor, mais uma vez venho mostrar minha indiginação frente aos acontecimentos recentes na polítca brasileira, o Brasil da impunidade nos mostrou que não houveram muitas muanças interna.
O nosso dinheiro está indo para o ralo ou seja cofre dos senhores ministros envolvidos em escandalos de roubos, o problema não é só esse, eles são o mais escalão do governo, impunes por sua imunidade parlamentar.
Não ha nesse imenso Brasil a quem recorrrer, exemplo disso temos nos hospitais públicos onde nós pagadores pelos serviços somos tratados piores que animais, aliais o Ibahma trata melhor os animais feridos do que os hospitais do Brasil.
Parece que estamos pedindo esmola.
Imagine você que sai para trabalhar as 03 da manhã e recressa as 21 h., nossos representantes tanto em Brasilia quanto nos Estados só trabalham a tarde e algumas horazinhas. Duas ou tres vezes na semana, isso não é bem legal.
Você ja percebeu um outro fato, não tem mais rodovias,nem estradas, é um caos, 100 milhões de brasileiros se espremendo nos trens, metrôs, onibus, que demoram a chegar, isso não é uma maravilha. Nossos representantes andam nessas conduções?
Caros amigos se isso é ser cidadão eu me recuso a ser, sou brasileiro, amo meu país, mais eles não estão interessados em cumprir com suas obrigações. Sò querem o temos de maior valor, nosso voto, nosso imposto sobre tudo que temos.
 A nossas vozes tem que ser ouvida, eles nos representam, demos esse poder a eles e não o sabem usa-los,
nas próximas eleições somos nós que devemos dar as cartas. Abraços caros leitores, divulguem!!!

COPA DO MUNDO E OLIMPIADAS TEM QUE ESTAR TUDO LINDO, POR QUE NÃO ANTES.
Nao merecemos!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

IHGB e suas mudanças ideológicas do século XX


INTRODUÇÃO

            O presente trabalho tem como objetivo mostrar as características abordadas por Manoel Luís Salgado Guimarães em seu artigo sobre as questões historiográficas que ganharam status de cientificidade nos parâmetros universitários.
 O autor irá abordar sobre a formulação do IHGB. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que, teve como objetivo principal dar ao Brasil um princípio de construção de identidade nacional, pois o mesmo necessitava de uma identidade que, pudesse ser reconhecida no cenário europeu com sendo uma nação soberana sendo que, o processo dessa construção teria bases lineares com ideologias iluministas europeias.
Passando por esta construção primária de identidade, o autor também irá abordar que foi preciso ao longo de décadas uma reformulação nas estruturas ideológicas do Instituto com a inserção de novos documentos que permitiria aos historiadores ter uma visão mais ampla, valorizando as sociedades primárias desta construção, ou seja, houve um momento que essa historiografia passou a ser observada pelo momento histórico do seu tempo.










 O Imperialismo
 No inicio do século XIX o Brasil, passou por diversos paradigmas nas estruturas do Império, estabelecido com soberano, pós-independência, precisaria urgentemente de uma identidade própria de nacionalidade para que, tanto no mundo ibérico, quanto europeu pudesse ter o status de nação soberana e ser inserido no contexto mundial.
Como então formular essa identidade? Era preciso que a nova nação tivesse um principio de formação cultural e social baseada na elite branca do século XIX onde os povos sem essas características eram denominados bárbaros, como foi o caso dos nativos do Brasil, segundo o autor esse momento de construção irá começar a ser definido com a criação do IHGB. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que terá como base de sustentação o Imperialismo onde a toda historiografia a ser produzida será voltada na construção de uma sociedade elitista, branca, onde o pilar central dará ênfase à colonização portuguesa como construtora desta nação.
Vale ressaltar que essa esta historiografia que foi produzida estava baseada na historiografia europeia que serviu de modelo para essa construção nacional.
Como parte deste projeto na identidade nacional era preciso inserir neste contexto a raciologia que não via o nativo e no negro como participante desta identidade nacional.
A proposta vencedora das formas de construção historiográficas de 1840, foi à miscigenação racial adotada pelo IHGB.
Ronaldo Vainfas em seu livro Colonização, Miscigenação e Questão Racial, irá abordar vários pontos em que essa historiografia será contraditória entre esse processo de construção produzido pelo IHGB. Ele cita que: “a história politicamente correta” é o caso de realçar o extraordinário encontro de povos posto em cena pelo descobrimento e pela colonização efetuada pelos portugueses na “sua América” a que lhe reservou o tratado de Tordesilhas (...). O extermínio de milhares de índios e o cativeiro destes e dos africanos.”  Col. e Misc. e Questão Racial Pág. 7
Nesse cenário de construção o Alemão Karl Von Martins deixou um legado de como se deveria escrever a história do Brasil. Vainfas cita que o mesmo afirmou que: (...) “a chave para compreender a história brasileira residia no estudo dos cruzamentos das três raças formadoras da nossa sociedade. A branca, a indígena e a negra, (...) Naturalista, ele se identifica com o hibridismo racial, dava a esse cruzamento igualmente aos das plantas e animais e com seu projeto de construção priorizou a contribuição portuguesa nessa formação nacional silenciando a participação negra e colocando o indígena em segundo plano.” Col. e Misc. e Questão Racial Pág. 8.
                Pode-se observar que a elite predominante não tinha nenhum interesse em inserir essa sociedade em seu projeto de nacionalização, a valorização exacerbada dada através dessa historiografia fez com que surgissem outros historiadores com essa mesma proposta de nacionalização Elitista, é o caso de Varnhagen que produziu uma visão historicista desta nacionalidade que a principio é puramente linear, pois ele começa a descrever desde o descobrimento até a chegada da família real ao Brasil em 1808.
Sobre sua forma de construção dessa historiografia, Ronaldo Vainfas em: seu livro Colonização e Miscigenação e Questão Racial cita que o mesmo dirá que:  “O Brasil deveria ser mesmo português (...) historia branca, elitista e imperial que se deu sua contribuição surpreendentemente ao informar sobre os costumes e crenças dos tupis, chamou os de quase sempre bárbaros e selvagens e praticamente silenciou sobre os negros”. Col. e Misc. e Questão Racial Pág 9.
            Considera-se então que toda estrutura administrativa que envolvia o IHGB, era voltada exclusivamente para os interesses do império, segundo Manoel Luís ela estava construída nas bases do império, pois os “burocratas” que mesmo sem os estudos universitários percorriam uma carreira na média burocracia.  Pág. 10.
            Na sua visão a leitura historiográfica era linear misturada com alusões iluministas, e com “retoques positivistas,” basta observar que o rei exercia além dos poderes constituídos o poder moderador que estava acima dos demais poderes.
            Em seu artigo, Manoel Luís mostra que, “à presença da tradição historiográfica iluminista na concepção de história do IHGB tanto pelo tratamento linear dado ao desenvolvimento da história, quanto por sua instrumentalização como “mestra da            vida”. “É tradição particular do iluminismo português, marcadamente católico e conservador, que deixará suas marcas nas gerações fundadoras.” (pág.14)
            IHGB E UMA NOVA VISÃO HISTORIOGRAFICA
            Mesmo com o surgimento de uma nova historiografia, chamada de a nova história que buscava torna-la “ciência”, segundo o autor a nossa sociedade herdaria uma concepção antiga da mesma.
            Contudo, Manoel Luís cita que a “história é mestra de seu tempo” houve uma retomada nas estruturas das mentalidades dentro do IHGB, quando se lançou a revista que a principio traria uma “concepção exemplar da história, abre uma rubrica em seu interior dedicada às biografias, capazes de fornecerem as gerações vindouras, contribuindo desta forma também para a construção da galeria dos heróis nacionais.” (pág. 15)
            Neste momento da história já se percebe uma desaceleração da história historicista de Varnhagem, que viria a ser considerado o pai da História brasileira.  
A fragmentação da história linear foi uma forma que os Estados Brasileiros puderam se organizar dentro dessa nova historiografia onde os historiadores buscariam inserir dentro dos contextos históricos uma interdisciplinaridade cultural e social para resgatar o momento histórico que deram a sustentabilidade de inserir tanto os nativos como os negros na construção da nação brasileira.

Nação e Civilização nos Trópicos - Fichamento do Artigo
            (...) “O discurso historiográfica ganha foro de cientificidade num processo em que a “disciplina” história conquista definitivamente os espaços da universidade. Neste processo, o historiador perde o caráter de homens de lettres e adquire o estatuto de pesquisador, de igual estre seus pares no mundo da produção cientifica.”
(pág 1)
            (...) “Não o espaço  sujeito a competição acadêmica própria das universidades europeias, mas o espaço da academia de escolhidos e eleitos a partir de relações sociais, nos moldes das academias de escolhidos e eleitos a partir das relações sociais” (pág. 1)
            (...) “A leitura da historia empreendida pelo IHGB esta, assim marcada por um duplo projeto: dar conta de uma gênese da Nação brasileira, inserindo-a, contudo numa tradição de civilização e progresso. Ideias tão caras ao iluminismo.” (pág. 3)
(...) “Estes primeiros estatutos estabelecem também as pretensões do IHGB em manter relações com instituições congêneres, quer nacionais, quer internacionais, em constituir-se numa central, na capital do império, que, incentivando a criação de institutos históricos provinciais canalizasse de volta para o Rio de Janeiro as informações sobre as diferentes regiões do Brasil.” (pág. 3)
(...) “A criação, em 1838, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) vem apontar em direção à materialização deste empreendimento, que mantem profundas relações com a proposta ideológica em curso. Uma vez implantado o Estado Nacional, impunha-se como tarefa o delineamento de um perfil para a “Nação Brasileira”, capaz de lhe garantir uma identidade própria no conjunto mais amplo das Nações.” (...) “É Francisco Adolfo Varnhagen que, em carta ao imperador dom Pedro II, explicitaria os fundamentos definidores da identidade nacional brasileira enquanto herança da colonização europeia.” (Pág. 6)
            (...) “É sobre o pano de fundo mais amplo desta discussão que o IHGB encaminhará suas reflexões acerca do Brasil, realizando atarefa de sistematizar uma produção historiográfica capaz de contribuir para o desenho dos contornos que se quer definir para a Nação brasileira” (pág. 7)
 (...) “ Enquanto na Europa o processo de escrita e disciplinarização  da historia estava-se efetuando fundamentalmente no espaço universitário, entre nós esta tarefa ficará ainda zelosamente preservada dentro dos muros da academia de tipo ilustrado, de acesso restrito, regulamentado por critérios que passam necessariamente pela teia das relações pessoais.”( Pág. 9)
(...) “Paralelamente, o instituto passa a dar prioridade à produção de trabalhos inéditos nos campos da historia, de geografia e da etnologia, relegando a segundo plano a tarefa até então prioritária de coleta e armazenamento de documentos.”(Pág. 10)
 “As mudanças em curso se materializaram nos novos estatutos promulgados em 1851, espelhando o processo de alargamento, consolidação e profissionalização do IHGB. A perspectiva de englobar na instituição estudos de natureza etnográficas, arqueologia e relativos as línguas dos indígenas brasileiros pode ser explicada a partir da própria concepção de escrita da historia partilhada dos intelectuais que a integravam” (pág. 11)
(...) “Embora não claramente explicitado nos primeiros estatutos do IHGB, o objetivo de escrever uma historia do Brasil esteve sempre presente. O instituto seria, nas palavras de Januário da Cunha Barbosa, a luz a retirar historia brasileira de seu escuro caos, superando uma época percebida e vivida como necessitada de Luz e Ordem” ...(...) “Tratava-se de desvendar o nosso verdadeiro caráter nacional, e para este fim o IHGB deveria realizar a sua parte.” (pág. 13)
            “Uma historia geral e completa do Brasil resta compor, e se até aqui nem nos era permitido à esperança de que tão cedo fosse satisfeito..” (...) “A historia é, assim, o meio indispensável para forjar a nacionalidade.” (...) “Ao longo deste artigo já nos referimos diversas vezes à presença doa tradição historiográfica do iluminista na concepção de historia do IHGB, tanto no tratamento linear dado ao desenvolvimento da historia, quanto por sua instrumentalização como mestra da vida.” (pág. 14)
            (...) “Herdeiros de uma concepção antiga de historia, lança-se o Instituto Histórico à tarefa de escrever a gênese da Nação brasileira, preocupação neste sentido, moderna da historiografia europeia do século XIX. Momento mesmo de passagem, de uma visão antiga e de uma visão moderna de se pensar a historia.” (...) “A Revista do IHGB, penetra da concepção exemplar da historia, abre uma rubrica em seu interior dedicado às biografias, capazes de fornecerem exemplos as gerações vindouras, contribuindo desta forma também para a construção da galeria dos heróis nacionais.” (pág. 15)
(...) “Uma obra histórica sobre o Brasil deve, segundo a minha opinião, ter igualmente a tendência de despertar e reanimar em seus leitores brasileiros amor da pátria, coragem, constância, indústria, fidelidade, prudência, em uma palavra, todas as virtudes cívicas” (pág. 17)
(...) “Trabalhos voltados para a problemática indígena – alias um tema particularmente tratado nas paginas da revista do IHGB – obterão também premiação, numa, clara demonstração de que a reflexão sobre a questão indígena  era parte substancial da discussão mais ampla relativa a questão nacional” (...) “ A concessão de prêmios e a organização e o apoio a expedições cientificas nas quais o IHGB se engajava visava a coleta de abundante material e à produção de um saber sobre o Brasil, capazes de fornecer bases seguras de um projeto  de escrita da historia nacional...” (pág. 19)
(...) “Podemos vislumbrar alguns caminhos para explicar como esta temática encontrou especial ressonância, não só no interior da Revista, como nos meios letrados brasileiros daquela quadra histórica, na teia das relações politicas, econômicas e sociais em que tais discussões sobre a questão indígena estavam sendo produzidas.” (pág. 20)
(...) “Num momento em que a abolição do trafico escravo coloca-se como inadiável, a Revista do Instituto Histórico oferece um fórum privilegiado para debates e discussões “(pág. 21)
           
            Dentro das discursões elaboradas neste artigo, podemos refletir acerca dos novos rumos da historiografia moderna que deu status cientifico  para a antiga história linear, apesar de todas divergências que aconteceram o autor é enfático a descrever que esse processo seria importante as gerações futuras, cabendo ao historiador mostrar os fatos partindo do principio de suas veracidades não impondo à história suas concepções de comportamentos no sentido de enaltecer os “detentores” que a conduzem.
            “Como futuros historiadores, precisamos reconhecer que cada momento histórico é e foi importante para cada sociedade, pois sabemos que para haver história é preciso ter pessoas que a façam, mesmo que elas percebam sua construção,” pois só quem pode eternizar a história são os imortais”




BIBLIOGRAFIAS
GUIMARÃES, Manoel Luis Lima Salgado. Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Disponível http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1935/1074
VAINFAS, Ronaldo – Colonização, Miscigenação e Questão Racial: notas sobre
Equívocos e tabus da historiografia brasileira.
In: Tempo: RJ, nº 8, 1999, p 7-22  


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PAULO FREIRE, UM REVOLUCIONÁRIO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.


INTRODUÇÃO
        O presente trabalho visa falar sobre a vida e obras de um famoso educador que contribuiu muito para uma nova visão de educação. A ideia de uma educação transformadora era o pilar central de todo seu pensamento.
      Iremos perceber como sua preocupação com a questão da educação repercutiu mundialmente. Seu olhar sobre as questões problemáticas da educação o levou a ver que somente a partir da leitura do mundo e que o individuo constrói seu conhecimento.
      Estamos falando de Paulo Freire,e a partir de agora veremos um pouco mais sobre sua vida e de que maneiras seu pensamento contribuiu para a historia da educação. Esperamos expor de maneira clara diferentes aspectos relevantes desse homem genial que mudou a concepção de educação.
QUEM FOI PAULO FREIRE?
        Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial [1], tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
 Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.
     O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. [carece de fontes?] Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.
   Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as idéias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial. Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997.
   A PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE
           Sua “pedagogia do oprimido” insere-se no grande movimento da “pedagogia crítica”, também chamada de “radical” ou “revolucionária”, dependendo do contexto.
          Paulo Freire continua sendo a grande referência da educação emancipadora. Ele pode ser comparado a muitos educadores do século XX, mas ninguém, melhor do que ele formulou uma pedagogia dos silenciados e da responsabilidade social, dos oprimidos e também dos não oprimidos, mas que estão comprometidos com eles e com eles lutam, como afirma na dedicatória do seu livro mais conhecido, Pedagogia do oprimido.
     Paulo Freire colocou o oprimido no palco da história, pelo seu engajamento político e pela sua teoria como contra-narrativa ao discurso dos poderosos e privilegiados. Ela valorizava, além do saber científico elaborado, também o saber primeiro, o saber cotidiano. Cuidar das pequenas coisas do dia-a-dia e pensar na cidadania planetária, unindo o local e o global. Sustentava que o aluno não registra em separado as significações instrutivas das significações educativas e cotidianas. Ao incorporar conhecimento, ele/ela incorpora outras significações, tais como: como conhecer, como se produz e como a sociedade utiliza o conhecimento... Enfim, o saber cotidiano do seu grupo social. Uma noção do seu construtivismo que ele desenvolveu. Outra contribuição de Freire à história das idéias pedagógicas é a sua
Concepção de currículo. 
       Não se pode entender a pedagogia de Freire sem entender os conceitos de transdisciplinaridade, transcurricularidade, interculturalidade.A inter e a transdisciplinaridade freireanas não são apenas um método pedagógico ou uma atitude no ato de ensinar e de aprender. Elas se constituem numa verdadeira exigência da própria natureza do ato pedagógico. Paulo Freire, na prática, sabia trabalhar com várias disciplinas ao mesmo tempo: a etnografia, a teoria literária, a filosofia, a política, a economia, a sociologia, etc. Trabalhava mais com teorias do que com disciplinas ou currículos. Para o ato pedagógico concorrem muitas ciências. Paulo Freire trabalhava ao mesmo tempo também com várias perspectivas teóricas: a do militante político, a do filósofo da libertação, do cientista, do intelectual, do revolucionário, etc.
   Paulo Freire insistia ainda na autonomia do aluno. Dos seus primeiros aos últimos escritos, ele procurou dar dignidade ao aprendente, respeitando a identidade do aluno. Ele não humilhava ninguém, não considerava o educador superior ao educando.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES DA PEDAGOGIA FREIRIANA
 Ler o mundo. Paulo Freire insistiu a vida toda nesse conceito chave do seu pensamento. O primeiro passo do seu método de apropriação do conhecimento é a leitura do mundo. Aqui se deve destacar a curiosidade como precondição do conhecimento.                                  Compartilhar a leitura do mundo lido. Não posso saber se minha leitura de mundo está correta, a não ser que a compare com a leitura do mundo de outras pessoas. O diálogo não é apenas uma estratégia pedagógica. É um critério de verdade.
Educação como ato de produção e de reconstrução do saber. Conhecer não é acumular conhecimentos, informações ou dados. Conhecer implica mudança de atitudes, saber pensar e não apenas assimilar conteúdos escolares do saber chamado “universal”. Conhecer é estabelecer relações, dizia Piaget e Paulo Freire.
4º A Educação como prática da liberdade (libertação). Até aqui creio que o construtivismo de Piaget também iria. Mas o construtivismo crítico de Paulo Freire foi além, afirmando a politicidade do conhecimento. É o momento da problematização, da existência pessoal e da sociedade, do futuro (utopia).
    Com isso podemos ver que a obra de Freire apresenta quatro grandes pilares:aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.                     
A educação, para ele, não podia estar separada da cultura. Ele fazia educação pela cultura, através dela, com ela.
      A pedagogia de Paulo Freire dava primazia a alguns fatores:                                             condições gnosiológicas da prática educativa. Toda obra de Paulo Freire está permeada pela idéia de que educar é conhecer, é ler o mundo, para poder transformá-lo. Ele destacou, desde o início, a importância das metodologias, o que é muito atual. Foi acusado de não dar valor aos conteúdos e, por isso, de ser espontaneista e não diretivo. Na verdade ele não foi nada disso: seu pensamento estava fortemente orientado por um projeto político-pedagógico cujo conteúdo era a libertação.
2°Defesa da educação como ato dialógico e, ao mesmo tempo, rigoroso, intuitivo, imaginativo, afetivo. Paulo destaca a necessidade de uma razão dialógica comunicativa.
3°O planejamento comunitário, participativo, a gestão democrática, a pesquisa participante. Paulo Freire costumava dizer que não nascemos democratas: tornamos-nos democratas. Por isso precisamos de uma educação para e pela democracia     

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Você sabe qual é o verdadeiro valor do salário mínimo?

Na atualidade muito se discute de quanto deveria ser o salário mínimo do trabalhador. A todo momento e principalmente em época de eleição, os partidos políticos propõe seus valores e lançam diante da sociedade como se fosse um leilão "de quem dá mais", levando em consideração critérios da economia de nosso pais. Mais não levam em consideração que o trabalhador é mais despresado, nesse instante, do que um presidiário que cumpre uma pena por ter cometido um delito contra a sociedade ou que assim foi julgado e condenado.

Na Legislação do Brasil o preso ou detido pela justiça que cumpre sua pena no Estado custa aos cofres públicos estaduais em média R$ 1.200,00 e o preso Federal custa cerca de R$ 4.800,00 mil reais  (de acordo com a fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1276476-5598,00-PRESO+NO+SISTEMA+FEDERAL+CUSTA+QUATRO+VEZES+MAIS+DO+QUE+NOS+ESTADOS.html) .

Além disso a Legislação contempla com os benefícios os familiares dos mesmos. Veja o site da Previdência Social: http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22.

Ou seja somando o valor de R$ 1,200 por cada preso e em média (aproximadamente) R$ 800,00 aos seus dependentes, mais o salário do trabalhador quer é de R$ 545,00 é igual a R$ 2.545,00.

Chegamos então no valor que um trabalhador no Brasil deveria ganhar R$ 2.545,00.

Se um detento absorve dos cofres públicos cerca de R$ 2.000,00 mensais, inverteram se os valores da ética da moral do trabalho honesto. Nesse patamar é melhor ser preso.

Por exemplo: Um professor do governo do Estado do Rio de Janeiro ganha em média de R$ 700,00

Será que os professores necessitariam serem presos para atingirem o patamar de R$ 2.000,00?

Com essa informação fica claro ao leitor que o sistema político-econômico, no Brasil, não tem interesse em modificar as estruturas sociais construidas ao longo dos séculos, cabe a nós lutarmos por uma qualidade de vida melhor para que as gerações vindoras não sejam massacradas por um sistema que permite essa desigualdade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

DIHITT

Exepcionalmente incrível, acessei por indicação e logo que percebi já estava conectado a centenas de amigos virtuais.

Com notícias espetaculares e de altíssimo nível intelectual que nos coloca em contato com o mundo.

Amigos "DIHITEIROS", como historiador, gostaria que me descrevessem (aqui no meu blog) a história do DIHITT, para criarmos um artigo em homenagem a este site sem igual

COLABOREM!

OBRIGADO!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

ABORDAGEM DOS CAPÍTULOS VIII A VIV DE O PRÍNCIPE DE MAQUIAVEL

O presente trabalho tem como foco principal, abordar os capítulos VIII, a, XIV, da magnifica obra de Nicolau Maquiavel, que tem por titulo “O Príncipe.” Sua obra é destinada não somente a Lorenzo de Medici, mas a todos os príncipes, reis, governadores e magistrados de todas as épocas da existência da história escrita.
Sua excelente obra tem como propósito mostrar o que é fundamental para um líder ser bem sucedido em administrar seu país ou Estado, e tenha qualificação, administração e que comande com firmeza e determinação seus subordinados.
Ele explica detalhadamente a forma ideal para que esses possam se manter no poder através das alianças, negociações e acordos políticos, relação entre Estado e o povo, política interna e externa, corrupção, nepotismo e favorecimento.
SUA BIOGRAFIA
Nascido na cidade de Florença em 03 de maio de 1469, aos 12 anos já no melhor estilo e, em latim. Casou-se em 1502, com Marietta Di Luigi Corsini, com tivera quatro filhos e duas filhas.
Seu primeiro cargo na vida publica deu-se em 1498, quando ocupou o cargo de a segunda cancelaria, ou seja, burocrata de 1º escalão, seu titulo, secretário. Cumpriu varias missões, tanto fora da Itália como internamente destacando sua diligencia em instituir uma milícia nacional.
Sua morte ocorreu em 20 de junho de 1527. Numa Itália “esplendorosa mais infeliz” Seu pai, advogado e como um típico renascentista era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação a esse gênio e talentoso Nicolau Maquiavel.
Sua obra escrita em 1513 foi e é considerada com um manual de regra a ser observado pelo poder constituído em cada nação, reino ou território, onde possa existir um poder centralizador que conduza à sociedade as transformações necessárias para o desenvolvimento.
CAPITULO VIII
Os que com os atos criminosos chegaram ao governo de um estado.
Segundo Maquiavel, existem duas maneiras de alguém torna-se príncipe: através de atos criminosos ou pela conquista da simpatia de seus concidadãos.
A via criminosa: “não se pode chamar de virtude o ato de matar cidadãos, trair amigos de fé, nem piedade, nem religião, deste modo pode se considerar poder, mais não a gloria” Maquiavel cita o exemplo de Agátocles, o Siciliano, chegou a ser rei de Siracusa tendo começado em situação das mais baixas e abjetas, teve sempre vida criminosa em todas as idades, mais que devido o seu vigor, tendo ingressado na milícia galgou todos os degraus, chegando a pretor, comandante supremo do exercito da Siracusa.
Agátocles chega ao poder através de uma forma violenta, mandando assassinar os senadores e as pessoas mais ricas, depois disso se mantem o poder sem qualquer oposição, por isso não se pode se chamar de sorte ou valor o que se consegue dessa forma.
Para Maquiavel, se consideramos o valor demonstrado por Agáclotes em enfrentar e superar perigos, e sua firmeza de animo ao suportar e vencer os obstáculos, não há razão para julga-lo inferior a qualquer um dos capitães mais afamados. Não obstante sua crueldade barbara, não permitem nomeá-lo entre os grandes homens.
Outro que alcançou o poder de forma vil foi Oliverotto de fermo, órfão desde pequeno, criado por seu tio Giovanni Forgliani, que o designou para servir como soldado, para que treinado numa disciplina rigorosa, pudesse fazer uma boa carreira militar.
O que se percebe é a degradação de Oliverrotto, que busca o poder por meio da manutenção devastadora, da violência que culmina na eliminação do seu próprio tio e os demais que participavam do banquete em sua homenagem, por meio dessa escalada tornou-se soberano, e como estavam mortos os que poderiam prejudica-lo, consolidou-se com uma nova organização civil e militar de tal forma que não só estava seguro na cidade de Fermo, mas era temido por seus vizinhos.
Neste caso, Maquiavel dirá que existem as crueldades mal usadas e bem usadas; as bens usadas “se do mal é licito falar bem” são aquelas que são feitas de uma só vez que provem da necessidade de segurança do príncipe, e por fim convertem em segurança para os súditos. O bem deve ser feito aos poucos para que possa ser lembrado. Há aqueles que fazem o uso da força para se legitimarem e aos poucos vão dosando com medidas benéficas, outros iniciam com processos violentos e aumentam ainda mais o nível de crueldade.
O uso da violência deve restringir-se a alguns momentos para que as pessoas não sintam tanto os seus efeitos.
CAPITUO IX O GOVERNO CIVIL
O governo civil é caracterizado pelo alcance do poder por duas vertentes: 1º que o cidadão se torna príncipe com ajuda do povo, 2 º com ajuda dos poderosos. Os ricos podem aclamar um dos seus com príncipe para resistir à pressão da massa. Da mesma forma o povo pode exaltar um dos seus para proteger-se da opressão da nobreza. O apoio popular garante permanecia no poder.
Segundo Maquiavel, os objetivos populares são sempre mais honestos, pois enquanto a nobreza age de forma opressiva, o povo simplesmente deseja evitar esse tipo de tratamento.
Para o autor a nobreza apresenta duas categorias, aqueles que apoiam sob qualquer condição o seu soberano, e outros que só pensam em seus próprios interesses. Desses o príncipe deve ter cautela.
Cativar e manter a estima do povo é a tarefa de um príncipe, pois se chegou a essa posição foi porque recebeu o apoio das massas e a única coisa que realmente querem, é não serem oprimidas. Os que alcançam o poder com ajuda da aristocracia, indo contra a vontade do povo, deve buscar meios de conquistar o mesmo. Em vez de opressão, deve dar-lhe proteção.
Maquiavel é enfático em afirmar que o apoio popular ao príncipe é essencial para as possíveis adversidades que poderá acontecer durante seu governo.
A utilização de comando por meio de autoridade subordinadas coloca o poder do príncipe em perigo. É necessário que um príncipe saiba fazer com que seus súditos sempre necessitem do seu governo, isso garante sua fidelidade.
CAPITULO X – COMO AVALIAR A FORÇA DOS ESTADOS
Neste capitulo é colocado que há Estados que por possuírem abundância de dinheiro e homens (exército) têm forças suficientes para resistir a qualquer ataque. Outras devido à falta de recursos vivem em uma posição defensiva. A fortificação das cidades e o apoio dos súditos asseguram certa tranquilidade.
Como exemplo cita as cidades da Alemanha onde a fortificação aliada ao apoio do imperador garante a segurança do Estado.
Conclui que quando se é senhor de uma cidade poderosa e não se faz odiar, não poderá ser atacado, ainda que o fosse, o assaltante não sairia gloriosamente da empreitada. (Pág. 62).
Fundamental para se garantir a força do Estado é possuir provisões e meios para se defender.
CAPITULO XI – OS ESTADOS ECLESIÁSTICOS
Nesta parte do texto fica evidente que os Estados eclesiásticos (propriedade da igreja) são mantidos e respeitados por costumes religiosos. Por não poderem ser tomados, Maquiavel coloca que “somente esses Estados, portanto, são seguros e felizes” (Pag. 64)
O poder temporal é discutido neste capitulo. Nele vemos que Alexandre VI é um símbolo de como dominar. Aproximou-se dos bens do duque Valentino após a sua morte, alcançando engrandecimento significativo.
CAPITULO XII
OS DIFERNETES TIPOS DE MILICIA E DE TROPAS MECENARIAS
Para Maquiavel, os principais fundamentos que um Estado deve ter são: boas leis e bons exércitos que se tornará um alicerce para seu poder, as tropas com que o príncipe defende seus domínios podem ser próprias (exército), ou mercenárias.
Os mercenários são perigosos, pois são ambiciosos e covardes e quando precisarem do seu apoio certamente fugirá. “Observa-se por experiência, que somente os príncipes e as republicas armadas fazem grandes progressos e os exércitos mercenários só causam danos” não temem a Deus e nem a lei dos homens. Maquiavel cita a ruína de a Itália ter apoiado muitos anos os exércitos mercenários, os sistemas adotados pelos mercenários consistia, primeiramente em aumentar seu prestigio pessoal desacreditando a infantaria. Reduziam as coisas a tal estado que num exercito de 20. Mil homens não havia mais que dois mil infantes. Tudo isso era permitido pelo seu código de mercenários, para evitar perigos e dificuldades, e por esses motivos reduziram a Itália à degradação e à servidão.
CAPITUO XIII – FORÇAS AUXILIARES, MISTAS E NACIONAIS.
Os exércitos auxiliares são mais perigosos que os mercenários, elas podem ser em si mesma eficaz, mas são sempre perigosas para os que dela valem- se são vencidas, isso representa uma derrota; se vencem, aprisionam quem as utiliza.
Portanto um príncipe sempre fugiu desse exército e se voltou aos seus, preferindo perder com os seus a vencer com os outros, não jugando verdadeira a vitória conquistada com exército alheio.
Um príncipe para ser bem sucedido, deve cuidar bem do seu exercito para que possa ganhar a confiança dos homens e do povo, manter os soldados organizados, mesmo não havendo guerras, sempre com estratégias para evitar surpresas vindouras se houverem.
CAPITULO XIV OS DEVERES DO PRINCIPE PARA COM AS MILICIAS
Neste capítulo, Maquiavel mostra que os príncipes por conseguintes, não deveriam ter outro objetivo ou pensamento além da guerra, suas leis e suas disciplinas, pois esta é a única arte que se espera de quem comanda.
Segundo ele, os príncipes nunca devem permitir, portanto que seus pensamentos se afastem dos exércitos bélicos que devem praticar na paz, mais ainda que na guerra, de duas formas; pela ação física e pelo estudo, calçar para que se habitue à região que esta sob seu domínio, estudar as ações vitoriosas ou desastrosas de outros homens para não errar quanto a suas. Maquiavel disserta sobre várias possibilidades de grandezas dos príncipes ou de quem, quer que esteja no poder.
Maquiavel “A ambição é uma paixão tão forte no coração do ser humano, que, mesmo que galguemos as mais altas posições, nunca nos sentimos satisfeitos”.