I - A
CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA
A
Mesopotâmia é uma região histórica do Oriente Médio (Ásia), incluída no
Iraque e banhada pelos rios: Tigre e
Eufrates. A palavra mesopotâmia, em grego, significa região entre rios.
Estendendo-se desde o Deserto da Síria , a N.O,até as margens do Golfo Pérsico,
a S.E., compreende duas áreas distintas:
1. O Planalto ou Alta Mesopotâmia
, de constituição geológica complexa, onde predominam formas muito eruditas;
2. A Planície ou Baixa Mesopotâmia , de origem rudimentar
recente, cheia de lagoas, pântanos e
canais naturais.
Uma
elevação de 75 metros de altura, situada nas proximidades da cidade de Bagdá,
marca o limite entre ambas.
É
exatamente nesse ponto que se aproximam bastante os cursos dos dois famosos
rios: o Tigre, que desce das montanhas do Curdistão, e o Eufrates, que procede
do Planalto da Anatólia, entrelaçando suas águas através de pântanos , lagos e
canais. Afastam-se a seguir, para reencontrarem-se pouco antes da foz, fundindo-se num só: o
Chat-el-Arab (Rio dos Árabes), que se lança no Golfo Pérsico.
Em
junho e julho, as águas desses rios avolumam-se, devido à fusão das galerias
existentes nas cabeceiras e pelas fortes chuvas que caem nos cursos superiores
e transbordam por sobre a planície,
fertilizando-se nas cabeceiras.
Essa
rica planície atraiu uma série de povos, que se encontraram e se misturaram , empreenderam guerra e dominaram uns aos outros , formando
o que denominamos "civilização
mesopotamica". Entre esses povos temos:
1. Os Sumérios
2. Os Babilônicos
3. Os Assírios
4. Os Caldeus
II
– RELAÇÕES SOCIAIS NA MESOPOTÂMIA
A
sociedade mesotâmica era dividida em castas. Os sacerdotes, os aristocratas, os
militares e os comerciantes formaram castas privilegiada (a minoria). A maioria
da população era formada pelos artesões, camponeses e escravos.
III
– A RELIGIÃO
Os
mesopotâmicos adoravam diversas divindades e acreditavam que elas eram capazes
de fazer tanto o bem quanto o mal. Os deuses diferenciavam-se dos homens por
serem mais fortes, todo-poderosos e imortais. Cada cidade tinha um deus
próprio, e, quando uma alcançava predomínio político sobre as outras, seu deus
também se tornava mais cultuado.
No
tempo de Hamurábi, por exemplo, o deus
Marduc da Babilônia foi adorado por todo o império.
A
divindade feminina mais importante era Ihstar, deusa da natureza e da
fecundidade. Os Sumérios consideravam como principal função a desempenhar na
vida, o culto a seus deuses e quando interrompiam as orações, deixavam
estatuetas de pedra que os representavam
diante dos altares, para rezarem em seu nome.
IV
– ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Os
pântanos da antiga Suméria (hoje sul do Iraque), foram o berço
das cidades-estados do mundo. As cidades-estados pertenciam a um Deus, representado pelo Rei. A
autoridade do Rei estendia-se a todas as cidades-estados. Ele era auxiliado por
sacerdotes , funcionários e ministros .
Legislava
em nome das divindades, assegurava as práticas religiosas, zelava pela defesa
de seus domínios, protegia e regulamentava a economia.
O
mais ilustre soberano da Mesopotâmia foi Hamurábi, por volta de 1750 A.C., um
Rei Babilônico, que conseguiu conquistar toda a Mesopotâmia . Hamurábi fundou
um vasto Império, ao qual impôs a mesma administração e as mesmas leis. Era uma
legislação baseada na lei de Talião (Olho por Olho, Dente por Dente, Braço por
Braço, etc)
É
o famoso código de Hamurábi, o primeiro conjunto e leis escritas da História.
V
- A ECONOMIA
A
Mesopotâmia manteve sempre permanente contato com os povos vizinhos. Babilônia
e Nínive eram ligadas entre si por canais e eram as duas cidades mais
importantes. A navegação nos rios Tigre e Eufrates era feita em barcos. As
principais atividades econômicas eram a agricultura e o comércio. Os
mesopotâmios desenvolveram também a tecelagem, fabricavam armas, jóias e objetos
de metal; mantinham escolas profissionais para o aprimoramento de fabricação de
armas e cerâmicas.
Os
comerciantes andavam em caravanas, levando seus produtos aos países vizinhos e às regiões mais distantes.
Exportavam armas, tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e
perfumes.
Dessas
terras traziam as matérias-primas que faltavam na Mesopotâmia, como o Marfim da
Índia, o Cobre de Chipre e a madeira do Líbano.
VI
- A CIÊNCIA
Embora
a roda do oleiro tivesse sido inventada nos tempos pré-históricos, foram os
Sumérios que construíram os primeiros veículos de rodas.
Desenvolvendo
os conhecimentos adquiridos pelos Sumérios, os Babilônicos fizeram novas
descobertas, como o Calendário e o relógio de Sol.
Os
Caldeus, sem dúvida, os mais capazes cientistas de toda a história
mesopotâmica, tendo deixado importantes contribuições no campo da astronomia.
Os mesopotâmios também conheciam pesos e medidas.
Podemos
citar como legado Mesopotâmico:
Devemos
aos Mesopotâmicos, vários elementos de
nossa própria civilização, como:
ü
O
ano de 12 meses e a semana de 07 dias,
ü
A
divisão do dia em 24 horas,
ü
A
crença nos horóscopos e os dozes signos do zodíaco,
ü
O
habito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua,
ü
O
círculo de 360 graus,
ü
O
processo aritmético da multiplicação.
VII
- A ESCRITA
A
invenção da escrita é atribuída aos Sumérios.
Eles
escreviam na argila mole com o auxílio de pontas de vime. O traço deixado por
essas pontas tem a forma de cunha (V), daí o nome de " escrita
cuneiforme" .
Com
cilindros de barro, os mesopotâmicos faziam seus contratos , enquanto no Egito
se usava o papiro.
Em
1986, foi descoberta por arqueólogos, perto de Bagdá, Capital do Iraque, uma
das mais antigas bibliotecas do mundo, datada do século X - A.C..
A
biblioteca continha cerca de 150.000 tijolos de argila com inscrições
sumerianas. A literatura
caracterizava-se pelos poemas religiosos e de aventura.
VIII
- A ARQUITETURA
O
edifício característico da arquitetura suméria é o zigurate, depois muito
copiado pelos povos que se sucederam na região. Era uma construção em forma de
torre, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo.
Nas
obras arquitetônicas os mesopotâmicos usavam tijolos cozidos (pois a pedra era
muito cara) e ladrilhos esmaltados. Preferiam
construir palácios. As habitações de escravos e homens de condições mais humildes eram às vezes, simples cubos de
tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeira e argila comprimida. As casas
simples não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de
gergelim.
IX
- A ARTE NA MESOPOTÂMIA – CONCLUSÃO
Para
falarmos da arte desta civilização que é um aglomerado de vários povos como os
Sumérios, Assírios, Babilônios, Hebreus, Fenícios, Medos, Persas e Hititas,
devemos dizer que a Bíblia nos conta dos Tribunais de Justiça entre os
Assírios, da Torre de Babel e da faustosa Nínive.
Do
cativeiro de 60 anos dos judeus e da conquista de Nabucodonosor. Da sentença de
Deus contra a grande prostituta e das
salvas da sua ira, que sete dos seus anjos derramaram sobre as terras do
Eufrates. Os profetas Isaías e Jeremias pintaram suas visões terríveis da
destruição do mais famoso entre os reinos.
Há
pouco mais de um século, toda a ciência Assíria era para nós um livro fechado.
Hoje, será possível escrever a história de mais de dois mil anos de Mesopotâmia
e pintar os verdadeiros caracteres de seus senhores.
A
cólera do Senhor está situada exatamente entre os rios Tigre e Eufrates.
Falar
sobre a civilização nos faz perceber um
mistério que envolve todo um povo e uma história.
Esta
civilização foi profeticamente condenada a desaparecer. " Ele estenderá a
mão contra o Norte e destruirá a Assíria e fará de Nínive uma desolação e a
terra árida como um deserto onde tudo se deitará".
A
terra entre os dois rios, escondeu durante séculos, palácios, templos e
estátuas de reis e deuses. Foi uma civilização rica e cheia de mistérios. Os
palácios suspensos , jardins afrodisíacos ornados com tijolos vitrificados e
alabastro, leões alados, touros, águia e estatuas gigantescas denominadas de
guerreiros de Jeová. Era para nós um livro fechado e a poucos decênios os
soberanos assírios nos pareciam lendas e fantasmas.
Somente
a Bíblia nos mostrava a verdade desta civilização e não os fatos comprovados
que a ciência necessita. Passagens significativas como o Livro dos Mortos,
Sodoma e Gomorra, Noé, Moisés, Golias, Guerra de Tróia, a Ilíada e a Odisséia
se eram estórias ou lendas, realidade ou fantasia, o que podemos concluir é que
nos foi deixado um grande legado em esculturas, escritas, baixo relevo e
pintura nas escavações realizadas em 1840.
O
povo desta época atingiu um alto nível de desenvolvimento na matemática ,
astronomia, medicina e nas ciências.
A
pintura era subsidiária da escultura e a decoração colorida era um poderoso
elemento de complementação das atitudes religiosas.
A
pintura tinha ausência das três dimensões , onde ignoravam a profundidade.
Nos
baixos relevos, o uso de conchas, mosaicos vitrificados e madrepérolas se
sobressaiam nas colunas e muros.
Na
música encontram-se instrumentos gravados em pedras e do seu sistema musical
nada chegou até nós.
Na
decoração a pedra era esculpida em frisos com motivos circulares e as
combinações decorativas obtidas com suas disposições variadas, descendem dos
motivos antigos e bizantinos. O gesso
entalhado e o estuque, cujo emprego foi amplamente utilizado na Pérsia para
revestir as paredes.
A
madeira era esculpida e com um sistema de marchetaria encontravam-se nsa portas
e sarcófagos.
Na
cerâmica os jarros de bronze eram criados com relevos ora lavrados, ora
rendilhados com frisos e medalhões em azuis-lazurita, verdes-turquesa, ouro,
cinábrios, granadas e rubis.
O
vidro era esmaltado, moldado e entalhado na cor vermelha e dourado sobre fundo
claro.
O
bronze e o cobre e às vezes o ouro eram
muito usados nos utensílios ou para simples enfeite para portas.
Na
religião os deuses deram destaques
ü
Anou
- deus do Céu
ü
Enki
– deus da Terra
ü
Nin-ur-sag
– deus da Montanha
ü
Assur
– deus Supremo
A
relação com os deuses era marcada pela total submissão às suas vontades.
X
- MÚSICA E DANÇA
A
música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à
religião.
Quando
os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento
de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória,
louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a
enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
Nas
cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós",
exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se
das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons
surdos, acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto
interromper-se e as onomatopéias
"ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma
linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão
quando todos, em coro tivessem gemido bastante.
A
procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e
mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que
representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e
se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do
cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.
O
canto também tinha ligações com a magia.
Há
cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de
guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os
viajantes, o estado de transe.
A
dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da
semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer
chover, para guerra, de caça, de amor etc.
Danças
rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em
Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian,
região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as
mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se
danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).
Em
casos de possessão os serviços religiosos contavam com dançarinos, natores e
músicos.
BIBLIOGRAFIA
– CONSULTADA e CITADA
GEORGES
CONTENAU – A Civilização de Assur e Babilônia
p.
108-110 e 204-205
ENCICLOPÉDIA
BARSA – v.9 – p. 167-169
SISTEMA
BRASILEIRO DE CONSULTA (SIBRAC) – v.4, p.1775
PILETTI,
N. & PILETTI, C. – História E Vida - v.3, p. 33-38